Crítica | Mufasa: O Rei Leão
- Gustavo Pestana
- 19 de dez. de 2024
- 3 min de leitura
2024 | 2 h | Animação – Aventura – Drama – Família – Fantasia – Musical
(Walt Disney Studios/Divulgação)
Mufasa: O Rei Leão tenta trazer o espirito das animações clássicas para a tela do cinema, e diferente do longa de 2019, consegue trazer o mínimo do espirito para essa produção.
Dessa vez, temos uma história original para ser contada, e não um remake de uma história tão conhecida, como foi o caso de O Rei Leão de 2019, mudança que ajuda o público a entrar mais na história, já que não sabemos o que está pela frente.
Na história temos basicamente Mufasa se perdendo de seus pais e indo parar no reino do príncipe Taka, a partir deste ponto, vemos Mufasa e Taka crescendo como irmãos, até que um bando de leões albino aparece atacando o reino do príncipe Taka fazendo com que ambos tenham de fugir em busca de um lugar seguro para viver, no caminho eles conhecem Sarabi, Zazu e Rafiki.
(Walt Disney Studios/Divulgação)
Essa jornada leva o quinteto até o local que conhecemos como a Pedra do Rei, iniciando assim o reinado de Mufasa, além de é claro, mostrar qual foi o motivo que trouxe a cicatriz para Scar e o porquê do ódio que nutria de seu irmão.
Não sou muito versado no universo de O Rei Leão, mas conversando com pessoas mais por dentro deste assunto, descobri que uma parte dos acontecimentos do filme são diferentes do lore de O Rei Leão, não sei exatamente de onde vem essas informações, mas fui informado deste fato, e com isso em mente, é possível que o filme possa decepcionar alguns fãs deste universo.
Mas como mencionei, não tinha esse background de lore, e por isso gostei bastante do que me foi apresentado, a animação está melhor do que a do longa anterior, trazendo desta vez mais expressões para os animais, o roteiro é interessante, com bons momentos de humor e uma sacada muito boa para apresentar a história, e os personagens são muito bons, ter mais de Mufasa, e Scar é algo esplendoroso, e
ainda de quebra temos uma apresentação do passado de Sarabi, Zazu e Rafiki.
Mas mesmo assim tenho algumas ressalvas em relação ao filme, uma delas é o tempo de duração, que é muito longo para um longa que teoricamente é focado para o público infantil, se o tempo fosse totalmente preenchido com ação ou algo mais dinâmico que prendesse o público infantil teria mais chance de agradar de maneira mais eficaz.
(Walt Disney Studios/Divulgação)
Outro ponto que me desagradou é virada de chave de Taka para Scar, me pareceu um tanto quanto rápido e gratuito, gostaria que tivesse mais motivos para que pudessem realmente sugerir que a mudança foi feita por um motivo, mas esse motivo que serio o estopim dessa mudança achei extremamente fraco e raso, difícil de acreditar que seria o suficiente para a traição dos irmãos, e digo isso baseado na amizade e irmandade que o próprio filme apresentou.
E é claro, independente de qual seja a história, e quais pessoas estejam envolvidas no projeto, é muito improvável que o supere o espirito e a alma que a animação clássica carrega.
Mas de maneira geral o filme não me ofendeu e não me trouxe a sensação de perda de tempo, e por isso acho que vale a pena ser assistido nos cinemas, mas é importante lembrar que ele apresenta uma história original, e pelo que fiquei sabendo, se dá liberdade criativa para apresentar seus elementos, então talvez seja interessante considerar esse filme canônico somente com o longa de 2019, e não para preencher lacunas do universo da animação de 1994.

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