Crítica | Till: A Busca Por Justiça
- Gustavo Pestana
- 9 de fev. de 2023
- 2 min de leitura
2023 | 2 h 10 min | Biografia – Policial – Drama

(Universal Pictures/Divulgação)
Quantas vezes você já ouviu de sua mãe a seguinte frase: “Nenhuma mãe quer enterrar seu filho.” Preocupação, angústia e desespero são sentimentos únicos das mães ao ver seus filhos se tornarem mais “independentes” na fase da adolescência.
Em “Till: A Busca Por Justiça”, Mamie (Danielle Deadwyler) é uma mãe muito protetora, que mora em Chicago, e sabe os perigos que o povo negro vive na década de 50, com muito racismo em certos estados norte-americanos. Quando seu filho Emmett (Jalyn Hall) está prestes a viajar para o Mississipi e rever os primos, sua mãe reluta para que fique, porém, a vontade do menino em viajar e o apoio de sua avó Alma (Whoopi Goldberg). Ao “ir além” com uma mulher branca, Emmett terá um fim trágico e sua mãe uma importante missão em meio ao luto.
Baseado em fatos reais, o linchamento de pessoas só foi considerado crime nos EUA em 2022, quando o presidente Joe Biden assinou uma lei. Ou seja, 67 anos depois da morte de Emmett se houve alguma tentativa de justiça. O filme faz essa reparação histórica de uma forma inteligente e peculiar, com uma direção extraordinária de Chinonye Chukwu que mantém todo o arco dramático desde o começo do filme praticamente.

(Universal Pictures/Divulgação)
O que peca em “Till: A Busca Por Justiça”, são as atuações genéricas de alguns personagens que estão envoltas da protagonista. Por falar na atriz principal do filme, a atuação de Danielle Deadwyler é algo de outro mundo. Danielle transparece em todo momento as suas angústias, preocupações, felicidades e luto de forma efêmera, sempre com a câmera lhe dando o devido destaque para brilhar. A sua dramaticidade segura a trama em muitos momentos em que chegamos a sentir todo aquele sofrimento vivido por Mamie em 1955.
Com essa dor e luto, a coragem e luta de Mamie retrata em “Till: A Busca Por Justiça” é um retalho triste de um povo que sofre pela sua cor, por ser submisso aos brancos e passar anos tentando justiça e que continuam nessa batalha por direitos civis até hoje.

Comments