Crítica | The Alto Knights: Máfia e Poder
- Fagner Ferreira
- 20 de mar.
- 2 min de leitura
Atualizado: 25 de mar.
2025 | 2 h | Biografia – Policial – Drama – História
(Warner Bros. Pictures/Divulgação)
Robert De Niro é um dos atores mais renomados do cinema mundial na atualidade. Sua versatilidade em transitar por diversos gêneros comprova a qualidade de sua atuação sem necessidade de esforço excessivo ou exageros. Notoriamente, seus papéis em filmes de máfia se destacam, como em O Poderoso Chefão – Parte II, Os Intocáveis, Os Bons Companheiros, O Irlandês e outros. Em The Alto Knights: Máfia e Poder, De Niro assume uma dupla função como protagonista e antagonista, mantendo sua habitual desenvoltura.
Baseado em fatos reais, The Alto Knights se passa nos anos 1950 e acompanha os mafiosos Frank Costello e Vito Genovese disputando o controle do submundo do crime após o retorno de Vito a Nova York. Com temperamentos distintos, uma onda de crimes assombra a cidade, colocando em xeque a amizade dos dois, que almejam caminhos diferentes na liderança.
Com muitos detalhes históricos a serem abordados, a direção de Barry Levinson opta por sintetizar a narrativa por meio de fotos e vídeos em preto e branco, mesclando fragmentos reais e fictícios para minimizar a burocracia da exposição. No entanto, o recurso não funciona bem, pois é utilizado repetidamente ao longo do filme, tornando a experiência cansativa. O ritmo também se apresenta como um ponto fraco. Filmes desse gênero exigem uma dose equilibrada de ação dramática para intensificar o impacto dos diálogos inteligentes, algo que o roteiro de Nicholas Pileggi não aprimora o suficiente para gerar maior tensão. O longa oscila entre o morno e o monótono, sem grandes momentos de dinamismo, até seu desfecho, quando o protagonista, vivido por De Niro, aplica uma estratégia inteligente. Fora isso, há repetições exaustivas, como os telefonemas de Anna (Kathrine Narducci) para Bobbie (Debra Messing), sempre abordando o mesmo assunto.

(Warner Bros. Pictures/Divulgação)
De Niro entrega uma performance fantástica em ambos os personagens. Sob camadas de maquiagem, sustenta o filme e evita que ele se torne maçante, apesar do uso da quebra da quarta parede, que soa deslocado e mal aplicado. Ele transmite com maestria o drama dos amigos mafiosos e suas diferenças. Debra Messing e Kathrine Narducci também têm seus momentos de destaque, dentro das limitações de seus papéis, influenciando decisões importantes na trama. Se a essência de um filme de máfia está na construção gradual do poder, as escolhas narrativas falham ao tentar remeter a clássicos do gênero sem atingir o mesmo impacto.
The Alto Knights: Máfia e Poder busca inspiração em outras obras, mas não constrói uma identidade própria. Roteiro, narrativa e direção não se conectam de forma eficiente, resultando em um filme que pouco empolga ao retratar a máfia italiana nos Estados Unidos. O tema, já explorado em diversas produções, se torna cansativo, tornando mais interessante buscar outras abordagens para compreender essa história sem que pareça repetitiva.

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