Crítica | The Acolyte
- Gustavo Pestana
- 18 de jul. de 2024
- 4 min de leitura
2024 | 35 min | Ação – Aventura – Drama
[ ATENÇÃO ESTA CRÍTICA CONTÉM SPOILERS ]

(Walt Disney Studios/ Star Wars/Divulgação)
“The Acolyte” finalmente terminou, e agora podemos afirmar com todas as letras que essa é com certeza uma das piores coisas de Star Wars já feitas pela Disney.
A série se situa cerca de 100 anos antes dos eventos do “Episódio I - A Ameaça Fantasma”, onde vemos uma jovem ex-padawan tendo de se reunir com seu ex-mestre Jedi para investigar uma série de crimes. Durante essa investigação, eles encontram forças sombrias, que ameaçam expor segredos do passado, fazendo com que toda a investigação seja cercada por inverdades e mistérios.
Quem acompanhou a divulgação do projeto e as promessas do que essa série seria, sabe que a premissa iria abordar o ponto de vista do lado negro da força, trazendo pela primeira vez a visão por outra perspectiva, mas infelizmente a série não passa nem perto deste objetivo.

(Walt Disney Studios/ Star Wars/Divulgação)
Além de não cumprir oque supostamente foi prometido, ela apresenta uma história terrível, completamente previsível, com um roteiro horroroso, que desperdiça o talento dos atores, personagens interessantes e importantes na mitologia de Star Wars, oportunidades de expansão de universo e o principal, o tempo e paciência dos fãs, que a tempos vem recebendo produtos no mínimo duvidosos.
Mae e Osha Aniseya (Amandla Stenberg) são as protagonistas da série, e suas personagens são extremamente chatas e caricatas, seu desenvolvimento é cansativo e previsível, fazendo com que nós não conseguíssemos gostar das protagonistas da série, além delas temos Mestre Sol (Lee Jung-jae) que podemos dizer que é um segundo protagonista da série, e que também é extremamente mal trabalhado, mesmo que sua história e atuação sejam melhores do que a de Amandla.
Jecki Lon (Dafne Keen), Yord Fandar (Charlie Barnett), Mestre Kelnacca (Joonas Suotamo), Mestre Torbin (Dean-Charles Chapman), Mestra Indara (Carrie-Anne Moss), Mestra Vernestra Rwoh (Rebecca Henderson) e Mãe Aniseya (Jodie Turner-Smith) são completamente desperdiçados na série, seja pela breve morte ou por simplesmente não ter tempo e relevância na história, fazendo com que grandes nomes e grandes personagens sejam simplesmente meio para um fim, jogando fora oportunidades incríveis de histórias.

(Walt Disney Studios/ Star Wars/Divulgação)
Mas o ápice do desperdício é quando falamos de Manny Jacinto (Qimir), seu personagem é simplesmente a melhor coisa da série, e se a série tivesse seguido oque havia sido prometido desde o início, nós veríamos os acontecimentos na perspectiva dele, mas assim como os demais, ele é pouco explorado e seu desenvolvimento ficará jogado para uma segunda temporada, caso ela seja renovada.
Mas devo admitir que nem tudo é terrível, alguns elementos e personagens trazidos dos materiais extras de Star Wars fazem sua estreia no universo canônico na série, e isso é sempre algo interessante de se ver, mesmo que a maioria deles seja jogada em tela e não tenha o mínimo de contexto e explicação.
Outro ponto positivo são algumas das cenas de lutas. Algumas das que envolve Qimir e Sol são muito boas, trazendo uma coreografia que nos faz lembrar o porquê gostamos tanto das batalhas de sabre de luz. Mas, além desses pontos, a série não vai muito à frente.
Nitidamente os roteiristas da série apostaram em trazer um mar de easter eggs a fim de ganhar o público, mas ignoraram completamente o roteiro e seus personagens, tendo a desculpa que tudo seria explicado futuramente em uma segunda temporada, que honestamente, espero que não aconteça, e que todos os acontecimentos dessa série caiam no esquecimento.

(Walt Disney Studios/ Star Wars/Divulgação)
Antes de encerrar, gostaria de destilar todo o meu rancor pela série em momentos específicos.
Todos os Jedi dessa série ou são muito idiotas, ou não são Jedi, pois eles fazem exatamente tudo o que um Jedi não faria, então em algum lugar está o problema, ou eles são burros, ou os roteiristas não sabem o que são Jedi.
Mestre Kelnacca é um Wookiee, e pela primeira vez veríamos um Wookiee Jedi.
Vale lembrar que eles são extremamente fortes, então vamos ver pela primeira vez um Wookiee Jedi em ação, utilizando tanto sua força física quanto a sua força com a força, além de todas as habilidades de combate de um Jedi, certo?

(Walt Disney Studios/ Star Wars/Divulgação)
Errado. Não temos nada disso na série, tudo oque temos é a aparição dele morto, e em um flashback que temos um pequeno vislumbre dele em ação, mas neste vislumbre Mestre Kelnacca está sendo controlado por outras pessoas, fazendo com que seus colegas não o ataquem, somente se defendam, jogando fora a oportunidade que tínhamos de ver um Wookiee Jedi em combate.
Todo o enredo envolvendo as bruxas é contado em flashback, trazendo a perspectiva das jovens Mae e Osha ou pela perspectiva dos Jedi, não aprofundando em nada sua história e o porquê delas existirem. E eu nem estou falando em relação a elas não terem feito absolutamente nada e terem sido atacadas pelos Jedi.
E por último, mas não menos importante, ter dois episódios de 40 minutos de puro flashback contanto a mesma história só que em pontos de vista diferentes é um completo absurdo, diversos acontecimentos importantes perderam espaço de desenvolvimento porque tinhas dois episódios inteiros dedicamos e uma lembrança chata e muito mal trabalhada, que serviu muito mais para fazer o público cansar da série do que outra coisa.

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