Crítica | Stranger Things – Temporada 4 – Parte 1
- Fagner Ferreira
- 28 de jun. de 2022
- 2 min de leitura
2022 | 1 h | Drama – Fantasia – Terror

(Netflix/Divulgação)
“You don't want to hurt me But see how deep the bullet lies Unaware I'm tearing you asunder”.
O trecho da música de Kate Bush, “Runninng Up That Hill (A Deal With God)”, que embala a nova temporada, mostra o quão grandiosa é “Stranger Things” para a Netflix, para os Irmãos Duffer, para os atores e principalmente para a cultura pop.
A canção de Kate Bush alcançou o top cinco da Billboard após 30 anos. O sucesso é um dos pilares da atual temporada, ligado diretamente com a parte central da trama. Com o crescimento dos jovens, que já não são mais tão crianças, a quarta composição de episódios traz nossos personagens mais maduros e robustos após o incidente do shopping.
Com isso, os Irmãos Duffer dividiram o elenco em quatro núcleos para dar dinâmica à história, entretanto essa escolha afetou demasiadamente a série entre erros e acertos, com um pequeno saldo positivo. Por ser a temporada mais longa e mais aterrorizante até o momento, a gráfica das mortes surpreende, o estado de aflição recorrente é crível, trazendo o público para dentro da tela. Retalhos e referências dos anos oitenta continuam exalando, especialmente em virtude do novo antagonista da série, Vecna (Jamie Campbell Bower), que lembra o icônico Freddy Krueger.

(Netflix/Divulgação)
Dentre os núcleos dos personagens, Winona Ryder é a que mais sofre com as escolhas do roteiro. Sua Joyce é grotescamente diminuída em relação às temporadas passadas, praticamente deixada ao léu. David Harbour tem uma jornada bem interessante com seus demônios pessoais na prisão russa. Falando no país insolente, o caricato Yuri, interpretado por Nikola Djuricko, é um alívio cômico bastante pitoresco e simpático, mesmo com suas adversidades aos mocinhos.
As mulheres nesta temporada recebem maior destaque em suas personalidades. Millie Bobby Brown vive uma fase da Eleven tentando se adaptar ao novo estilo de vida em meio ao bullying que sofre constantemente por outros alunos da escola e a perda dos seus poderes. Natalia Dyer está magnífica como Nancy, liderando a parte do seu núcleo e sempre indo à frente do fato com seu faro jornalístico.
Mas quem realmente rouba a cena nesta parte 1 é Sadie Sink com sua Max, a atriz dá um banho de atuação, sendo uma das peças fundamentais da história após a morte do seu irmão e as tentações frustrantes de Vecna em matá-la. A cena de Max fugindo das garras do antagonista já se tornou icônica com a magia da música de Kate Bush.
“Stranger Things” já elabora o seu desfecho com o amadurecimento dos atores de sua trama. Os Irmãos Duffers pecaram na direção e deram sequências equivocadas ou até mesmo cansativas para o enredo com essa divisão de grupos. Mesmo assim, a trama continua quente e agradando os verdadeiros fãs da série.

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