Crítica | Rustin
- Fagner Ferreira
- 22 de nov. de 2023
- 2 min de leitura
2023 | 1 h 46 min | Biografia – Drama – História

(Paris Filmes/Divulgação)
A marcha de Washington, em 1963, foi uma das manifestações do povo negro que entraram para a história dos Estados Unidos. Liderados pelo pastor e ativista Martin Luther King Jr, o grande evento juntou cerca de 250 mil pessoas em um dos maiores protestos pacíficos contra a segregação racial e direitos civis.
Por trás de todo o trabalho realizado nos bastidores para o grande marco na história, um incansável homem, ativista e homossexual dava seu sangue pela comunidade negra pela igualdade, Rustin Bayard (Colman Domingo). O tempo o deixou oculto, porém Rustin foi peça fundamental, uma engrenagem rústica que não parava quieto até conseguir uma vitória. Conselheiro de Martin, Rustin Bayard não precisava de holofotes para se promover, demonstrava amor pelo que fazia.
O filme biográfico “Rustin” promove esse recorte do ativista de maneira sucinta, sem rodeios e demonstrando que o diálogo é um recurso encantador quando se tem qualidade em um bom roteiro. O diretor George C.Wolfe (“A Voz Suprema do Blues”) sabe ritmar as conversas, principalmente em pontos chaves onde o tom militante precisa ser mais enérgico. Fato também que pode ser destacado pelo excelente elenco do filme, liderados por Colman Domingo, Chris Rock e Aml Ameen.

(Paris Filmes/Divulgação)
Colman Domingo se entrega de corpo e alma ao personagem título, na medida que precisa ser “exagerado” ele convence com sua carga dramática emocional, seja pelas suas feições, seja pelas suas falas, o ator entrega um dos melhores papéis do ano, equilibrando o humor do personagem.
O que deixa a trama um pouco abaixo é o não aprofundamento maior em Rustin. A qualidade de características do ativista deveria ser mais explorada pelas suas ações. Por outro lado, a opção do diretor em focar nos preparativos da marcha é uma escolha certeira.
“Rustin” pode não ser uma excelente cinebiografia, porém a narrativa escolhida para trazer um dos maiores eventos contra a segregação é uma experiência rica em alimentar o cérebro de informações e dar mais energia para grandes conquistas civis para os dias atuais. Uma luta vale por muitas e grandes causas devem ser abraçadas para termos uma sociedade em grande harmonia, sintonia, fazer valer a vida.

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