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Crítica | Presença

  • Foto do escritor: Fagner Ferreira
    Fagner Ferreira
  • 4 de abr.
  • 2 min de leitura

2025 | 1 h 24 min | Drama – Terror – Suspense 

(Diamond Films/Divulgação) 


Não demorou um mês para Steven Soderbergh estar de volta às telonas. Desta vez, o diretor deixa a espionagem de lado e mergulha no terror Presença, onde acompanhamos uma família que se muda para uma nova casa no subúrbio dos Estados Unidos. O que parecia ser o tão sonhado “lar doce lar” se transforma em uma experiência perturbadora com a presença de uma entidade misteriosa, capaz de mudar completamente os rumos dessa jornada. 

 

Soderbergh nunca se acomoda em uma fórmula. Está sempre em busca de novas abordagens e maneiras diferentes de contar uma história. Em Presença, ao lado do roteirista David Koepp, retomam uma parceria já conhecida, Soderbergh aposta em um uso experimental da câmera, que se movimenta de forma constante, criando a sensação de que o próprio público é a tal “entidade”. Essa perspectiva inusitada, que remete a obras como Sombras da Vida, oferece um olhar fantasmal sobre os acontecimentos, funcionando bem, especialmente no primeiro ato. 

 

A proposta é interessante e, quando bem aplicada, envolve o espectador na trama. No início, a curiosidade sobre como a família lidará com a filha (que passa a sentir-se constantemente observada) instiga e promete um bom desenvolvimento. No entanto, essa promessa não se sustenta ao longo dos 84 minutos. 

Presença (Diamond Films/Divulgação) 

(Diamond Films/Divulgação) 


A impressão que fica é que apenas um ponto central foi trabalhado no roteiro, sem o devido cuidado para desenvolver plenamente a história. Espera-se, a todo momento, uma ação mais impactante por parte da entidade, que jamais revela suas reais motivações. A transição entre os atos é morna, os diálogos carecem de criatividade, as interações não convencem e tanto o suspense quanto o terror se mostram ineficazes. Para um filme do gênero, é fundamental que exista um enredo forte o suficiente para sustentar a tensão. Aqui, a passividade é tolerável apenas até certo ponto; a falta de ousadia no roteiro prejudica as situações apresentadas. 

 

O elenco se esforça para entregar algo de valor. A veterana Lucy Liu e Callina Liang se destacam em seus papéis, embora suas atuações não ultrapassem os limites da proposta. A narrativa restringe demais o potencial das atrizes, que parecem estar sempre à beira de algo grandioso, mas nunca chegam a explorar totalmente o suspense, elemento que claramente falta no longa. 

 

Presença busca autenticidade ao explorar novas linguagens visuais e recursos narrativos típicos de Soderbergh. No entanto, esbarra em um roteiro mediano, que permanece na zona de conforto, sem grandes conflitos ou atmosferas marcantes. Falta energia, ousadia e um verdadeiro mergulho no terror. 

Nota

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