Crítica | Pinguim
- Gustavo Pestana
- 11 de nov. de 2024
- 4 min de leitura
2024 | 1 h | Policial – Drama
(Warner Bros. Pictures/HBO/Max/Divulgação)
Honestamente, eu não sei exatamente como começar essa crítica de Pinguim. Essa temporada que até então parecia ser única foi tão absurda (no sentido positivo) que no momento se ventila a possibilidade de existir uma sequência após The Batman: Part II.
Isso tudo devido à qualidade que essa série nos trouxe, apresentando de uma maneira espetacular um dos principais vilões do Batman, sem precisar do Batman, trazendo uma história tão bem articulada, planejada e executada, onde a presença do homem morcego só iria atrapalhar seu andamento.
Aproveita as pontas deixadas no filme que inaugurou esse universo comandado por Matt Reeves, preparando o terreno para o segundo filme da franquia, mesmo que no momento não saibamos exatamente quais pontos servirão como fio condutor para a narrativa.
(Warner Bros. Pictures/HBO/Max/Divulgação)
Me fazendo simplesmente dizer que a série foi muito além das minhas expectativas, mesmo com elas estando altas devido ao potencial que vimos no filme, trazendo uma qualidade de produção altíssima, qualidade que é a marca da HBO, enaltecendo um personagem que merecia muito esse holofote que está recebendo agora, mesmo que seja para a bolha onde se encontra.
Como mencionado anteriormente, a série Pinguim continua do ponto onde The Batman parou, trazendo a tentativa de ascensão de Oz Cobblepot (Colin Farrell) ao comando de Gotham, apresentando uma história em meio as famílias mafiosas de Gotham, abaixo do radar do Batman, circulando dentro de seu próprio universo, apresentando personagens novos a franquia e conhecidos dos quadrinhos.
Toda a história é simples e segue uma linha fácil de acontecimentos, onde basicamente Oz tenta uma jogada, algo acontece (positiva ou negativamente) e ele se adapta para realizar uma nova jogada. Enquanto isso, vamos conhecendo mais sobre o personagem e esse universo mafioso da cidade.
(Warner Bros. Pictures/HBO/Max/Divulgação)
Colin Farrell simplesmente dá um show de atuação interpretando o personagem título, assim como em The Batman, é impossível ver o ator no personagem, o que traz uma característica única para o personagem, pois o Oz é o Oz, Cristin Milioti (Sofia Falcone) que é a antagonista de Farrell, além de ser a melhor personagem da série, roubando totalmente os holofotes para si e entregando uma personagem com tantas camadas e profundidade de maneira tão absurda que em diversos momentos eu não queria saber do protagonista, queria mais de sua personagem. Para fechar o trio “principal” Rhenzy Feliz (Victor Aguilar) também manda muito bem na atuação e interpretação de seu personagem, sendo provavelmente ele o personagem que mais evolui na série, pelo menos de maneira mais aparente e drástica, sendo o responsável por nos apresentar esse universo da máfia, e trazer um pouco de humanidade e sentido de sanidade para a história, pelo menos em boa parte dela
Os demais atores que funcionam como elenco de apoio também são muito bons e importantes para o andamento da série, não irei sitar todos, pois ficaria muito grande esse texto, então irei me preservar e dizer que suas atuações são tão importantes quando do trio que mencionei, pois muitas das ações que fazem a trama se mover dependem deles, e sem isso a série não teria essa qualidade tão alta.
Talvez o meu lado fã esteja sobressaindo nessa análise, mas honestamente não me importo, costumo analisar todos os projetos através da perspectiva de espectador, e transmitir as sensações que a produção me trouxe, e como fã da DC, esse sentimento tem de fazer parte da avaliação, mas reconheço que a série não é 100% sem erros, existem alguns pequenos problemas na narrativa, incluindo momentos onde o conveniente acontece, e isso nunca me agrada, mas o principal deles é a falta da presença Batman, e quando digo isso não me refiro a presença física do personagem, mas sim da aura de medo que ele inflige e a existência dele no universo.
(Warner Bros. Pictures/HBO/Max/Divulgação)
Talvez eu tenha deixado passar alguma informação, mas que me lembre, não existe menção alguma ao personagem até o último episódio da série, me fazendo pensar no porquê não existe nenhuma menção sobre sua existência aqui, sabemos que ele é uma figura que amedronta os criminosos, e não ter nenhum tipo de preocupação dos bandidos da série a respeito de uma possível aparição do Batman para estragar os planos me parece estranho.
Entendo que é impossível o personagem estar em todos os lugares ao mesmo tempo, e que provavelmente terá uma justificativa para sua ausência em The Batman: Part II, mas não ter nenhuma menção me fez falta, mesmo que esse detalhe não tenha estragado em nada a experiência para mim.
(Warner Bros. Pictures/HBO/Max/Divulgação)
Pinguim é uma excelente série, que vale muito a pena ser assistida, esse universo da máfia de Gotham me lembra muito The Sopranos, e sua história é muito bem elaborada e executada, provavelmente as consequências finais da série irão impactar The Batman: Part II, mas acredito que não se faça de extrema necessidade assistir à série para assistir ao filme, embora é sempre indicado quando estamos falando de universo compartilhado.
As atuações são espetaculares e seus personagens são muito bem escritos. Os que permanecem no jogo têm muito potencial de voltar em uma possível segunda temporada ou nos filmes do homem morcego, me fazendo gostar ainda mais desse universo criado por Mett Reeves.

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