Crítica | Percy Jackson e os Olimpianos
- Gustavo Pestana
- 2 de fev. de 2024
- 3 min de leitura
2024 | 45 min | Ação – Aventura – Família

(Walt Disney Studios/Disney+/Divulgação)
“Percy Jackson e os Olimpianos” traz em sua primeira temporada a adaptação do primeiro livro da saga escrita por Rick Riordan “O Ladrão de Raios”, e embora seus principais eventos e narrativa seja muito similar ao material de origem, a série não consegue expressar a urgência, ação, aventura e descobertas, pontos cruciais no livro, deixando a série com um ar de ausência, e decepcionando alguns fãs da saga de livros.
Não tem como falarmos dessa temporada sem comparar com o filme lançado em 2010, que foi um dos responsáveis a trazer novos leitores para esse magnífico universo, inclusive foi exatamente o que aconteceu no meu caso, e talvez por isso existam tantas comparações dos telespectadores com o filme, e não tanto com o livro.
Neste ponto ele realmente apresenta muitas diferenças, não para ficar diferente uma produção da outra, mas sim porque o filme não é tão fiel aos livros, coisa que a série faz com maestria, talvez por ter mais tempo de tela do que um filme, ou por ter o envolvimento do próprio Rick Riordan, mas justamente por ele ser tão fiel na narrativa ele deixa essa sensação amarga nos fãs.

(Walt Disney Studios/Disney+/Divulgação)
Aqui na série temos muitos pontos altos, a fidelidade ao original, as locações e os atores, que embora não sejam fisicamente semelhantes a suas contrapartes do livro, sua essência e personalidade são muito bem representadas, além de atuações belíssimas, mas as partes negativas se sobressaem muito mais do que estes pontos, que apresenta mais ligação com o público que leu os livros, do que com méritos da produção.
Seus “defeitos” vão justamente em contraponto com seus acertos, sua montagem é estranha, onde temos cortes abruptos, principalmente em relação ao final de um episódio e início do seguinte, onde claramente coisas aconteceram e locais mudaram, mas nada foi mostrado ou explicado.

(Walt Disney Studios/Disney+/Divulgação)
Momentos esses como a descoberta da Medusa (Jessica Parker Kennedy), que no livro é completamente diferente, onde leva um tempo para eles perceberem o que aquela mulher realmente é e o perigo que eles estão correndo, dando a oportunidade de Percy (Walker Scobell) mostrar sua principal característica que é a coragem, aqui na série eles já sabem de cara o que ela é e isso enfraquece demais a história.
Diversos outros momentos acontecem exatamente a mesma coisa, o trio sabe exatamente tudo que está acontecendo, e narra para o telespectador a conclusão antes mesmo de acontecer, fazendo parecer que os três são extremamente inteligentes, o que não é muito verdade, deixando o nível muito alto, quando comparado aos grandes momentos de esperteza de Annabeth Chase (Leah Jeffries).
Os combates também não empolgam e deixam a desejar, talvez o principal seja no final da temporada, entre Percy e Ares (Adam Copeland), que embora seja similar ao livro, é muito encurtada e não expressa o perigo necessário, afinal de contas estamos falando de uma batalha entre um Deus e um Semi Deus.

(Walt Disney Studios/Disney+/Divulgação)
Existem diversos outros momentos em que coisas do gênero acontecem, mas não irei enumerar todas, pois ficaria muito extenso e chato, mas de maneira geral, acho que o grande problema da série é o tempo, pois acredito que se tivéssemos mais episódios a história poderia ter tido mais tempo para explorar esses pontos e aprofundar de maneira assertiva, sem comprometer o andamento como um todo.
Pois realmente me parece que o foco da série era em ser fiel a todo o custo, e neste caso o custo foi esse listado acima, restando somente a esperança de que, caso tenhamos uma segunda temporada, eles escutem o público e arrumem estes pontos.
Mas por incrível que pareça, eu gostei muito da série, mesmo que ela não empolgue tanto quanto poderia e não tenha seu máximo explorado, mas a essência e a mitologia do livro estão presentes, e acredito que este ponto era o mais importante para que a temporada fosse considerada um sucesso, onde os pontos negativos só enfraqueçam a série, mas não a destrua, só prova que deve existir um equilíbrio maior entre fidelidade e ritmo de TV, para termos um grande sucesso.

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