Crítica | O Som da Liberdade
- Fagner Ferreira
- 23 de set. de 2023
- 2 min de leitura
2023 | 2 h 11 min | Biografia – Policial – Drama

(Paris Filmes/Divulgação)
Antes mesmo de chegar aos cinemas nacionais, “O Som da Liberdade” já se encontrava em meio a polêmicas, rodeado de oratórias negativas e positivas, devido a seu enredo, onde a grande maioria fala sobre o projeto sem ao menos assistir e tirar suas próprias conclusões.
Entre as politicagens e as teorias da conspiração, o filme vem se sobressaindo em solo norte-americano, fazendo um certo barulho e sucesso.
Sua história apresenta Tim Ballard, um ex-agente especial do governo dos Estados Unidos que combate o crime de pedofilia apenas pela legislação do país, ou seja, apenas prende criminosos sem realmente salvar as crianças.
Mas, em um determinado momento, Tim tem um breve diálogo com um colega de profissão e muda radicalmente seu foco de atuação, mirando agora no resgate dessas crianças e trazendo paz consigo mesmo e para sua nação, além de ter o apoio emocional de sua grande família.

(Paris Filmes/Divulgação)
Este projeto passou um tempo engavetado pela Fox após a compra da empresa pela Disney, por isso, os produtores buscaram algum outro estúdio que veiculasse a produção, finalizando sua busca quando a Angel Studios aceitou o projeto.
Desde então, o tema central do filme deixou de ser o foco para uma parcela de pessoas engajadas no âmbito político, tratando o filme como uma obra que demoniza países latino-americanos, trazendo um homem branco como herói.
Agradando ou não, “O Som da Liberdade” trata o tema da pedofilia e tráfico sexual de crianças de maneira alarmante e eficaz, trazendo luz a um dos crimes mais praticados em todo mundo.
Mostrando que o diretor Alejandro Monteverde, que é mexicano, acertou precisamente em não deixar nada explícito, tendo um enredo bastante risível em suas decisões, de modo em que o público entenda o que se passa na tela sem precisar ficar alongando o ritmo, já que é óbvio que o assunto por si só é extremamente chocante, mas que no final todas as camadas são bem trabalhadas, chegando a emocionar em determinados momentos.

(Paris Filmes/Divulgação)
A questão que abrange as escolhas socioculturais é cabível a debate, porém não é algo que desfoque o verdadeiro sentido do filme, tendo dito isso, Jim Caviezel (Ballard) se mostra bastante confortável no papel, tendo um, ou outro percalço que não convença o público, como a dificuldade de chorar em momentos pontuais, porém seu trabalho aqui é incontestável.
O elenco infantil, que traz nomes como Lucas Ávila e Cristal Aparicio, merece também seus destaques, ambos demonstram uma carga emocional digna, exatamente no ponto em que o longa quer, utilizando suas expressões faciais, poucos diálogos e o medo que rodeia seus personagens.
“O Som da Liberdade” pode não agradar uma parcela que tenta desviar do foco central da obra, o crime de tráfico sexual de crianças, porém, é necessário para que pais e parentes próximos possam acender o sinal de alerta e se atentar ao perigo iminente, seja nos Estados Unidos, Honduras, Colômbia ou outro lugar, basta apenas haver gente gananciosa para topar certa atrocidade humana, que não pode ser defendido por ninguém.

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