Crítica | O Jogo da Morte
- Ana Paula Araujo
- 23 de fev. de 2024
- 2 min de leitura
2024 | 1 h 31 min | Drama – Terror – Mistério

(Paris Filmes/Divulgação)
“O Jogo da Morte” ou “The Blue Whale” no título original é um longa-metragem egípcio, inspirado no “Desafio da Baleia Azul”, que realmente existiu e chegou a fazer vítimas pelo mundo todo. Inclusive, no Brasil, o desafio ganhou muitos adeptos, levando jovens e adolescentes a cometerem diversos delitos e até suicídios.
O “Desafio da Baleia Azul” era uma espécie de corrente que, quando aderida, o jogador precisava cumprir uma série de desafios e todos eles feriam de alguma forma a integridade ética, física e moral de quem o praticava.
Em “O jogo da morte” depois de perder a irmã para esse desafio, Dana resolve entrar no jogo também, mas com o intuito de descobrir quem está por trás dele e fazer justiça pela irmã. A todo instante Dana registra o que está fazendo online, tudo que faz é na companhia de uma amiga para que tenha uma testemunha. Conforme sua investigação avança, os desafios ficam cada vez mais sérios e arriscados.

(Paris Filmes/Divulgação)
No filme, que conta com a direção de Anna Zaytseva e roteiro de Evgeniya Bogomyakova, Olga Klemesheva e Anna Zaytseva, o espectador verá um filme que é de tela sobre tela. O longa-metragem inteiro é alternado entre a tela do computador e a tela do celular de Dana. Seja fazendo chamadas de vídeo, gravando vídeos, fazendo pesquisas ou trocando mensagens de texto.
Além disso, “O Jogo da Morte” serve para demonstrar os perigos que a internet pode representar e como a presença mais assídua dos pais e responsáveis é fundamental nessas horas. Dana entrega uma ótima atuação ao apresentar os impactos que esse tipo de desafio tem na vida de um adolescente. Um trauma que atinge quem joga e todas as pessoas envolvidas com ela.
Outro filme, que é exatamente no mesmo formato, mas com outra história, é “Host” (2020) nesse longa-metragem um grupo de pessoas se reúnem em uma videoconferência para uma sessão espiritual onde as coisas saem do controle. O filme usou a questão da quarentena por conta da Covid-19 como estratégia de marketing e, porque ele realmente foi rodado durante esse período, ganhando bastante popularidade e espectadores.

(Paris Filmes/Divulgação)
Tanto “O Jogo da Morte”, como “Host” ou até mesmo “Cam” (2018), outro longa-metragem que mostra uma camgirl, que tem sua conta roubada por outra pessoa usando deepfake e se passando por ela. Esse filme também é quase todo rodado através de telas virtuais. O que demonstra que esse formato de longa-metragem está cada vez mais comum, pois além de causar uma familiaridade por parte do público, você literalmente se sente inserido na privacidade daquele personagem em destaque.
De quebra, esses filmes ainda levantam todas essas pautas pertinentes ao assunto como: perigos da tecnologia e no meio virtual, segurança, controle dos pais, privacidade de dados, etc.
Apesar do formato contemporâneo e familiar, se o espectador piscar também pode perder o desenrolar do roteiro. Ele requer atenção, até porque uma notificação pode mudar o rumo da história, pode dar sustos e uma live pode ser determinante e apavorante. Parece estranho, mas é exatamente o que acontece e como funcionam esses filmes. Particularmente um formato que acho interessante e que dialoga com as novas gerações.

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