Crítica | Meninas Malvadas
- Gustavo Pestana
- 30 de jan. de 2024
- 3 min de leitura
2024 | 1 h 52 min | Comédia – Drama – Romance

(Paramount/Divulgação)
Vinte anos após o longa “original”, “Meninas Malvadas” volta aos cinemas, mas desta vez em uma versão musical, baseada na sua versão da Broadway, trazendo de volta Tina Fey e Tim Meadows vivendo os mesmos personagens.
Embora pareça que esse filme seja uma continuação ou simplesmente um filme no mesmo universo, não é exatamente isso que ele nos apresenta, mas sim um remake da história clássica que fez parte da infância e juventude de uma galera que assistia à sessão da tarde.
O longa traz exatamente a mesma história e os mesmos elementos e personagens, mas desta vez em uma roupagem mais moderna e em um musical, que, a meu ver, combinou demais com a proposta do longa.

(Paramount/Divulgação)
Como ele se trata de um remake, a história não me surpreendeu, e talvez por ter visto o filme “original” tantas vezes, não consegui me conectar com o filme da maneira que eu gostaria, mas devo notar as melhorias e os novos elementos que este longa trouxe em relação ao anterior.
Todos os personagens são bem trabalhados, e os estereótipos aqui são tratados com muito mais respeito e cautela do que no “original”, obviamente o antigo não se preocupava tanto com isso devido ao recorte da época, mas analisando ele hoje, realmente algumas coisas se mostram um tanto quanto problemáticos.
As atuações são boas no longa, mas novamente não sei distinguir se a atuação de Reneé Rapp como Regina George e Angourie Rice como Cady Heron foram boas ou não, mas acredito que seja muito mais pelo critério de comparação com Rachel McAdams (Regina George) e Lindsay Lohan (Cady Heron), que ficaram marcadas como sendo essas personagens, e talvez por isso não tenha conseguido me conectar de maneira satisfatória.

(Paramount/Divulgação)
Em contraponto, os demais personagens me parecem muito melhores nesta versão, Avantika Vandanapu (Karen Shetty), Bebe Wood (Gretchen Wieners), Auli'i Cravalho (Janis Sarkisian), Jaquel Spivey (Damian Hubbard) e Christopher Briney (Aaron Samuels) apresentam uma atuação que entrega mais das motivações e sentimentos dos personagens, mesmo com o filme entregando uma história simples.
O fato de ser um musical também ajuda bastante neste ponto, tanto que a personagem de Auli'i Cravalho acabou se tornando a minha personagem favorita desta versão.
Claramente este longa foi feito para uma geração que não assistiu ao filme de 2004, e tenta se conectar por meio de referências e momentos icônicos com o público que ama o longa “original”, mas que para mim fica no meio-termo, onde a balança fica muito mais pendente a agradar um novo público do que reviver sensações do antigo.

(Paramount/Divulgação)
Oque de forma alguma é um problema, somente demostra que o longa não era para mim, mas que provavelmente fará o esperado e atingirá o público pretendido, embora, a meu ver, para agradar o público jovem deveria ser um pouco mais profundo e abranger um pouco mais dos dramas modernos da juventude, coisa que ele não faz, pois segue exatamente o roteiro do longa de 2004.
“Meninas Malvadas” traz uma nova visão com novos elementos de um clássico contemporâneo da sessão da tarde, incluindo excelentes músicas e expandindo sua história para seus coadjuvantes de maneira muito mais significativa do que o “original”, que de certa forma aqueceu o meu coração, mas que de maneira geral não se iguala ao que assisti quando mais novo.
Seus novos diálogos são excelentes, mas a escolha dele ser um remake diminui o projeto no meu entendimento, pois acredito que se tivéssemos uma continuação no mesmo universo do longa de 2004 seria muito mais interessante.
Com talvez uma breve aparição das personagens originais, mesmo que todas tenham o mesmo nome, afinal, não estamos falando de filmes da Marvel, que precisam ser meticulosamente calculados de acordo com realidades e afins.

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