Crítica | Kursk: A Última Missão
- Beatriz Lopes
- 9 de jan. de 2020
- 2 min de leitura
2020 | 1 h 57 min | Ação – Aventura – Drama

(Paris Filmes/Divulgação)
“Kursk: A Última Missão” é baseada na história verídica do submarino nuclear russo, K-141 Kursk, que se afunda no Mar de Barents em 2000 após uma explosão de uma bomba em teste.
Com cenas bem executadas e ótimos efeitos visuais, o drama traz a realidade das famílias de marinheiros desesperadas por notícias, a burocracia nos mares, as disputas internacionais e os laços de amizades criados pelos marinheiros que buscam por sua sobrevivência em uma situação assustadora.
Entretanto, o diretor Thomas Vinterberg não parece explorar muito nenhuma das possíveis polêmicas políticas engatilhadas, tornando-se um pouco superficial quanto ao potencial do tema.

(Paris Filmes/Divulgação)
O filme apresenta-se ligeiramente confuso em alguns momentos específicos, abordando pouco as questões políticas importantes no contexto e o uso de alguns termos, mas ele possui uma boa triangulação de núcleos, mostrando as três frentes de narração; a do marinheiro Mikhail (Matthias Schoenaerts) no submarino naufragado com seus amigos, a de sua esposa (interpretada pela francesa Léa Seydoux) que busca com as outras esposas e familiares por informações que o governo russo nega-se a divulgar a todo tempo, e a frente dos próprios comandantes russos, recusando ajuda estrangeira, principalmente britânica, até os últimos segundos para evitar um vexame internacional pela sua incapacidade de contornar um problema pessoal, culminando em um final trágico, como mostrado em muitas notícias da época.
A trama foca no tempo e na necessidade dele para os personagens, de maneira física e simbólica, várias vezes colocado nas relações dos marinheiros entre si, com suas famílias e com suas vidas. O relógio de pulso usado pela maioria dos marinheiros é o maior símbolo do filme, mencionado diversas vezes no decorrer das cenas. Um drama que não deixa de ser emocionante e de tirar o fôlego, dando destaque à cena dos atores nadando pelos compartimentos do submarino submerso, com pouca luz e ausência de som, tornando o momento mais tenso e claustrofóbico para o público.

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