Crítica | Invasão Secreta

---

2023 | 54 min | Ação – Aventura – Drama 

[ ATENÇÃO ESTA CRÍTICA CONTÉM SPOILERS ]

(Walt Disney Studios/Divulgação) 

“Invasão Secreta” é baseada no arco dos quadrinhos de mesmo nome, onde uma grandiosa invasão acontece de maneira sorrateira, onde Skrulls substituem humanos ao redor do mundo. Esta tarefa nos quadrinhos é tão grandiosa e complexa, que os próprios Skrulls se esquecem quem eles são de verdade, fazendo com que se torne ainda mais difícil identificá-los. Trazendo para os leitores uma história complexa e cheia de camadas, onde a sensação de risco e perigo nos rodeia a todo instante, criando um clima de suspense e espionagem perfeito, incluindo a dúvida de quem é Skrull.  

Sentimento esse que a série “prometeu” que teríamos, embora nos dois primeiros episódios este clima realmente se mostre verdadeiro, mas logo essa sensação se perde e inicia uma queda sem precedentes a partir de seu episódio três. 

A premissa da série seria apresentar o mesmo perigo, junto com um poderoso e quebrado Nick Fury (Samuel L. Jackson), que utilizaria toda a sua experiência como espião para se interromper a invasão, mas infelizmente não é isso que vemos.  

Somos apresentados a um Fury quebrado, mas que deixa claro que sua presença aqui é simplesmente por incompetência de sua ações do passado, tornando todo o arco algo pessoal, e não pelo perigo que a situação emana. Seu oponente, Gravik (Kingsley Ben-Adir), demonstra inicialmente ser um adversário à altura, com grande experiência de combate e uma certa linha de raciocínio que de certo modo faz sentido, mas ao decorrer da série se perde completamente.  

(Walt Disney Studios/Divulgação)  

Também temos a volta personagens queridos, que estão aqui somente para morrer, como é no caso de Maria Hill (Cobie Smulders) e Talos (Ben Mendelsohn). Onde ambos detêm um pequeno arco, que basicamente servem para incentivar Fury, e tentar trazer a sensação de que nada está seguro e que qualquer um pode morrer. 

Mas que no final toda essa tentativa é irrelevante, pois sabemos que Fury não irá morrer, pois ele estará presente em “As Marvels”, o que torna toda a tenção sobre este assunto irrelevante, o máximo que poderia acontecer e descobrirmos que ele mesmo seria um Skrull, mas estragaria toda a sua trajetória até aqui, incluindo o discurso da série.  

Como se já não fosse problemático o bastante, o desenvolvimento das tramas e sub tramas são terríveis, toda a parte da “invasão secreta” não é tão secreta e as mudanças de seus personagens são de uma hora para outra. Sem contar a trama do casamento de Fury, que não se encaixa com a situação, já que até o momento, nunca tínhamos vista está questão, e desde o início somos “forçados” a acreditar na bondade desses personagens. 

(Walt Disney Studios/Divulgação) 

Mas nem tudo é reclamação, devemos exaltar as atuações de Olivia Colman como Sonya Falsworth, Samuel L. Jackson como Nick Fury, Kingsley Ben-Adir como Gravik e Don Cheadle como Rhodes, todos eles demostram ter uma habilidade absurda em suas atuações, e um controle grandioso sobre seus personagens, mesmo que o roteiro seja terrível, suas interações são interessantes e seus personagens são complexos, embora eu particularmente desgoste do rumo que tiveram no final da história.  

Mas mesmo com esse elenco, a série não conseguiu se segurar, tendo provavelmente o pior final de todas até agora, onde se formos parar para analisar friamente, nada do que vimos na série foi relevante. Onde as únicas mudanças de fato foram o casamento de Fury, e que os Skrulls não lançaram uma bomba atômica, de resto nada mudou, o mundo entrou em guerra e os Skrulls continuam escondidos. 

Eles permanecem infiltrados em todo o mundo e Fury voltou para o espaço, mostrando como ele não está nem um pouco interessado em resolver o problema, mas sim em limpar as merdas de seu passado. E isso porque não vou comentar sobre termos agora uma Super Skull trabalhando para o MI6, terem apagado toda a trajetória do Rhodes desde “Guerra Civil” e ter tornado Fury em alguém desprezível por suas ações.