top of page
Background 02_edited_edited.jpg

Crítica | Emília Perez

  • Foto do escritor: Lobisomem Zumbi
    Lobisomem Zumbi
  • 3 de fev.
  • 4 min de leitura

2025 | 2 h 12 min | Comédia – Policial – Drama – Musical – Suspense 


Assim como fizemos na nossa crítica de Babygirl, essa será uma crítica dupla, escrita pelos nossos críticos Gustavo Pestana e Fagner Ferreira, trazendo duas visões a respeito desse filme que tem sido um sucesso nesta temporada de premiação, e agora você fica por dentro da opinião do Gustavo Pestana


(Paris Filmes/Divulgação) 


Sendo o mais indicado no Oscar de 2025 Emília Pérez traz uma premissa interessante, mas sua execução não me agradou, tanto no quesito roteiro, montagem e atuação, me apresentando uma história que não conseguiu me convencer e que honestamente não consigo entender o porquê recebeu tantas indicações nessa temporada de premiação. 

 

O longa tem levantado inúmeras polemicas pelas falas de seu diretor Jacques Audiard e pelo aparente uso indevido de Inteligência Artificial, mas não irei entrar nestes pontos para desmerecer o filme, irei simplesmente focar no que ele apresentou em tela, e não no que tem acontecido nos bastidores. 

 

Como mencionei no início desta resenha, o roteiro do filme não me agradou em nada, achei toda a história um tanto quanto confusa e com poucas explicações, temos basicamente três momentos chaves na trama, e cada um deles tem um tom diferente e não se conversam entre si, tendo uma ruptura brusca entre um pedaço do filme para outro, sem contar com todos os números musicais, que parecem não se encaixar em lugar algum, começando e terminando completamente fora do tom, dando ama sensação quase que de vergonha quando os musicais começam. 

 

As atuações não são espetaculares, Karla Sofía Gascón que interpreta a própria Emília entrega uma atuação ok, não sendo nada fora da curva ou que abrace o filme e o carregue durante suas duas horas de exibição. Assim como Selena Gomez (Jessi), que tem uma atuação mediana para fraca, a única atriz que realmente entrega algo grandioso nesse filme é Zoe Saldana (Rita), trazendo diversas camadas e uma complexidade ótima para a personagem. 

 

Parece que o filme é um completo desastre, mas não é esse o caso, o filme não é de todo ruim, o problema para mim é que ele carrega uma expectativa alta devida as 13 indicações ao Oscar e isso não se concretiza quando ele é assistido, os problemas que vejo em sua execução não são graves, mas determinantes para ser no mínimo contraditório o patamar que ele tem ocupado mediante as premiações, me fazendo questionar o porquê não gostei de praticamente nada do filme e o porquê ele tem se tornado tão badalado. 

 

Seus números musicais não funcionam, seu roteiro é cheio de buracos e sua montagem é confusa e deixa mais dúvidas do que respostas, e nenhum desses elementos são propositais, o que torna este filme algo complicado de ser assistido. 

 

Mas mesmo assim, recomendo que assista a ao filme e tire suas próprias conclusões a respeito de sua qualidade, pois no final das contas, ele ainda é um dos favoritos ao Oscar deste ano, então vale a pena ser assistido, só recomendo ir com a expectativa baixa e a tolerância alta. 

Gustavo Pestana 

Nota

(Paris Filmes/Divulgação) 


Agora confira a opinião do nosso querido crítico Fagner Ferreira. 

 

Grande sucesso no Festival de Cannes no ano passado e com exibição no Festival do Rio, Emilia Pérez foi extremamente elogiado pela sua conjuntura e um trio arrebatador de atrizes bem eloquentes com suas personagens. 

 

Entretanto, fora dos principais eventos toda essa aclamação pareceu ser exagerada, afinal de contas o filme que concorre, diretamente, com Ainda Estou Aqui como Melhor Filme Estrangeiro no Oscar se mostrou bem abaixo do esperado, frustrando (ou não) todas as expectativas. 

 

O teor principal da trama está voltada para Karla Sofia Gascón e a transição de sua personagem em ter uma nova identidade como mulher e esquecer seu passado como líder de um cartel. Para ter o sucesso de uma nova vida ela conta com a ajuda da advogada Rita Mora (Zoe Saldaña) para todos os trâmites possíveis, desde a operação de mudança de sexo quanto até as novas identidades dela e sua família. Nesse âmbito inédito, Emilia Pérez busca ser uma referência na luta de crianças desaparecidas ao mesmo tempo que tenta se relacionar com sua família se passando por tia. 

 

Uma história de amor envolta de um musical que dá vergonha alheia em certos momentos. Mesmo com duas canções originais sendo destacadas ao Oscar, em sua grande maioria as músicas ficam desconexas com as cenas destacadas para o número, gerando um turbilhão de confusões e cortes bruscos, ou até mesmo pausas demasiadas em uma trama bastante longa. 

 

De certo modo Emilia Pérez tem seu lado positivo, uma história que cativa nos primeiros atos com um enredo bastante linear entregando todo o drama necessário para sustentar o filme até meados da “nova fase” onde a trama se perde por quase completo. Karla Sofia Gascón e Selena Gomez estão bem nos seus personagens com atuações seguras sem nada de exorbitante em tela, ao contrário da excelente Zoe Saldaña que é o grande destaque da película, o elo de ligação de todas as pontas e ações da trama, pois sem ela Emilia Pérez cairia no esquecimento. A sua entrega em cantar, dançar e até mesmo falar espanhol mostram que a Netflix escolheu, erroneamente (para nossa sorte) a categoria a ser disputada no Oscar

 

Para resumir, Emilia Pérez é trágico em todas as suas apresentações, mesmo que haja uma história de superação de vivenciar uma nova vida como sempre sonhou, a personagem título não demonstra o carisma que sua companheira de cena Zoe Saldaña exala, é regular em uma história que perde seu foco principal e não vai a lugar nenhum o que espanta ter suas demasiadas 13 indicações no Oscar sendo um dos filmes mais mal avaliados na principal categoria do Oscar

Fagner Ferreira 

Nota

Opmerkingen


bottom of page