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Crítica | Coringa: Delírio a Dois

  • Foto do escritor: Gustavo Pestana
    Gustavo Pestana
  • 7 de out. de 2024
  • 3 min de leitura

Atualizado: 10 de out. de 2024

2024 | 2 h 18 min | Ação – Drama – Romance – Musical 

(Warner Bros. Pictures/DC/Divulgação) 


Sendo uma continuação direta do longa de 2019 que encantou o mundo e apresentou uma nova vertente de um dos personagens mais famosas da cultura Pop, Coringa: Delírio a Dois estica uma história que não tinha nenhuma necessidade de existir, se vendo obrigada a ir contra boa parte do que foi apresentado anteriormente, ou seguindo o fluxo e trabalhando uma história rasa e contida em uma única premissa. 

  

Onde não se aprofunda em seus temas, como foi o grande destaque do primeiro longa, culminando em um longa mediano, que faz sentido com a maneira que a história havia terminado, porém não chega perto do carisma e esplendor que foi o seu antecessor, fazendo com que a comparação destrua completamente essa obra que tinha um imenso potencial. 

 

Assim como o primeiro longa, o diretor Todd Phillips volta ao projeto, assim como o roteirista Scott Silver, que mais uma vez divide a função com o próprio Todd Phillips, tentando achar uma história após o final perfeito que tínhamos no primeiro longa.  

(Warner Bros. Pictures/DC/Divulgação) 


Aqui temos os desdobramentos dos acontecimentos do primeiro filme. Onde trabalha basicamente Arthur Fleck (Joaquin Phoenix) dentro da prisão e o seu julgamento, introduzindo Lee Quinzel (Lady Gaga) como interesse amoroso e todo o clima caótico que divide a cidade entre apoiadores e opositores, tentando mostrar todo o símbolo que o Coringa acabou virando para a população de Gotham.  

  

Mas Todd Phillips não trabalha tão bem todos esses pontos, deixando muito a desejar a parte da cidade e todo a idolatria que boa parte da população tem pelo Coringa e seu relacionamento com Lee fica muito rasa e um tanto quanto perdida, tendo basicamente focado na percepção de Arthur de seus atos no primeiro filme, e toda a maneira como as pessoas continuam manipulando sua narrativa, onde as pessoas que tentam salva-lo de seu julgamento utilizam argumentos para definir seus atos que mais servem para ataca-lo do que defende-lo, buscando artimanhas e argumentos para justificar tudo o que vimos e pudemos perceber no primeiro longa.  

  

A dificuldade do filme de criar uma narrativa interessante dentro das pontas deixadas do primeiro filme foi algo muito complicado de se contornar, transformando essa continuação em algo fraco e sem sentido, principalmente depois do que fomos apresentados em 2019.  

  

A personagem de Lady Gaga é uma grande surpresa, pois ela tem um peso muito grande para a narrativa e, ao mesmo tempo, é muito pouco trabalhada, criando uma sensação estranha, pois ela deveria ter tido mais tempo de tela, mas o pouco tempo que teve, mostrou uma atuação simplesmente incrível, e a química que teve com Phoenix é simplesmente perfeita, me fazendo questionar o porquê Tod Philips escolheu diminuir tanto a participação da personagem no longa. 

(Warner Bros. Pictures/DC/Divulgação) 


Esse filme traz um gosto muito amargo para todos que amaram o primeiro filme, mas ele não é essa ruindade toda, ele é muito bem formatado, e o roteiro é redondo, sua história faz sentido e as atuações são muito boas, mas como disse no início dessa resenha, o comparativo destrói a sua experiência, e isso é um grande problema, pois ele não conseguiu alcançar o mínimo para chegar perto do nível que chegou o de 2019.  

 

Uma das grandes polêmicas do filme é o fato dele ser um musical, tendo dividido o público entre quem afirma que é musical e quem afirma que não é, mas independente da sua opinião a respeito dessa resposta, ela não interfere em nada no longa, exceto pelo fato dele ser recheado de músicas, fazendo com que em alguns momentos elas te cansam, por não encaixarem no momento ou serem muito longas, te desconectando um pouco da narrativa principal, mesmo que eu entenda o porquê ele tem tantas canções e o porquê elas existirem nestes momentos “inapropriados”. 

 

Coringa: Delírio a Dois é um filme decepcionante devido ao potencial que ele tinha, mas de forma alguma é um filme ruim, e por isso acho que vale a pena você conferir e tirar suas próprias conclusões a respeito de sua qualidade. Mas para mim, o filme tem sim alguns problemas, mas o principal é ele esticar uma história que não tinha muito para onde ir, introduzindo novos personagens pouco desenvolvidos além de mudar alguns pontos importantes que foram apresentados no seu filme anterior. 

Nota

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