Crítica | Arcane: Temporada 2
- Gustavo Pestana
- 2 de dez. de 2024
- 4 min de leitura
Atualizado: 10 de dez. de 2024
2024 | 40 min | Animação – Ação – Aventura – Drama – Fantasia – Ficção científica
(Netflix/Divulgação)
Arcane: Temporada 2 finalizou a história de maneira exemplar, encerrando todos os arcos abertos em 2021 e evoluindo a história em proporções tão grandes e tão bem construídas que chega a ser complicado analisar a temporada sem considerar seu primeiro ano.
Antes de falar dessa temporada, gostaria de dar uma breve passada na minha opinião a respeito da primeira temporada.
Arcane foi uma grande surpresa, trazer uma história baseada no jogo League of Legends não me parecia algo atrativo, pois como não sou um jogador imaginei que a história não seria para mim, e que fosse depender demais do lore do jogo e que fosse se apoiar em referências e elementos para que montasse sua história, mas não foi nada disso que a série fez.
(Netflix/Divulgação)
Obviamente, existem muitas referências ao jogo, mas sua história não foi pensada para agradar somente a este público, foi pensada uma narrativa muito interessante e muito bem escrita que abrange uma pequena parte do universo de LoL e que se baseia em alguns personagens para criar uma história, e assim agradar a todos os públicos.
A animação neste estilo mais moderno que lembra um 3D, com 2D é uma maravilha, junto de seus personagens extremamente cativantes e basicamente duas histórias correndo em paralelo, que mostram visões diferentes desse mundo que de certa forma se completam e que expandem todo o lore dentro da série de maneira ordenada e continua.
Finalizando seu primeiro ano com grandes personagens, duas histórias muito interessantes, um gancho absurdo e uma projeção de expectativa tão grande que fez com Arcane acabasse trazendo o LoL para um novo patamar, que, honestamente, não esperava que fosse possível.
(Netflix/Divulgação)
E foi com esse clima que chaga a segunda temporada da série, neste formato de três episódios por semana, dividindo a temporada de nove episódios em três atos, que foram pensados para serem exibidos desta maneira, fazendo com que a história andasse, mas que não perdesse a força ou o interesse do público, formato que acho muito mais interessante do que o padrão da própria Netflix.
Aqui temos a conclusão desses dois arcos principais, e uma inserção de uma pequena ponta solta deixada na primeira temporada, fazendo com que tivéssemos mais um pequeno arco para se trabalhar, sendo basicamente o arco de Jinx e Vi, o arco de Viktor e Jayce e o arco de Mel e Ambessa Medarda.
Nem todos esses arcos ganham muita atenção nesta temporada, e isso me incomoda um pouco. Ter muitas pontas para fechar e ter muitos personagens envolvidos faz com que a série tenha de ignorar um pouco alguns deles e focar em coisas principais.
(Netflix/Divulgação)
Mas não me leve a mal quando digo “ignorar”, pois tecnicamente eles não são ignorados, pois todos eles aparecem e de certa forma ganham seu final, mas alguns deles poderiam ter ganho mais tempo de tela e uma projeção mais interessante do que a que tiveram.
Para ilustrar isso que acabei de falar, vou usar o arco da Jinx e da Vi como exemplo.
Este arco ganhou muito foco na primeira temporada, sendo basicamente ele o responsável pelo grande sucesso da série, mas justamente por ter sido muito trabalhado na primeira temporada, aqui não teve tanto destaque quanto tivemos no passado, além desse núcleo ser recheado de personagens, e como aqui tivemos menos tempo de tela, alguns foram ignorados até o fim da série, como no caso do Ekko e Heimerdinger.
(Netflix/Divulgação)
Nesta temporada, temos muito do desenvolvimento do arco do Viktor e Jayce e uma pequena jornada no arco da Mel e Ambessa Medarda, que de certa forma se conectam.
E embora particularmente não goste do arco de Viktor e Jayce, tenho que concordar que a história é muito boa, e essa jornada meio que é o centro de toda a história, e por isso precisava ter um foco muito maior nesta temporada.
As duas primeiras partes da série não conseguiram me empolgar tanto quanto a primeira temporada fez, justamente por trazer esses arcos que não sou tão fã, e por estes pequenos problemas em ignorar alguns personagens para que a história pudesse progredir, mas quando chegamos a terceira parte, todas as histórias se conectam, e estes personagens que foram ignorados ganham destaque e trazem conclusões e elementos cruciais para o encerramento da série.
(Netflix/Divulgação)
A conclusão é tão bem encaixada com tudo o que foi apresentado na série, tanto na primeira quanto na segunda temporada, e seus personagens evoluem tanto, que realmente fica complicado julgar a temporada isoladamente.
Por isso, eu vou finalizar essa análise dizendo que Arcane é uma das melhores séries do ano, conseguindo manter o nível de qualidade mesmo três anos após sua estreia. O estilo de animação é lindo, seus personagens são muito interessantes e sua história é muito bem construída.
Existem pequenos problemas durante sua produção, mas são tão irrelevantes que chegam a ser banais listá-los, mas a história que foi trabalhada nesta temporada não me agradou tanto quanto a primeira, mesmo que eu entenda e concorde que a série deveria e tinha que seguir este exato caminho para uma conclusão digna.
Suas conclusões atingem o público de tantas maneiras diferentes que chego a ficar maravilhado em como uma série, baseada em um jogo conseguiu despertar tantas sensações e emoções a um público tão diversificado, trazendo holofotes para assuntos tão complicados e polêmicos de maneira tão simples e direta, me deixando contente que tenha feito essa quantidade massiva de sucesso.
Me fazendo querer ver para qual história iremos a seguir, já que este universo é imenso e todos estes arcos foram encerrados.

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