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Crítica | Anora

  • Foto do escritor: Gustavo Pestana
    Gustavo Pestana
  • 24 de fev.
  • 3 min de leitura

2025 | 2 h 19 min | Comédia – Drama – Romance

(Universal Pictures/Divulgação) 


O mais novo filme do diretor Sean Baker é simplesmente uma loucura, o longa se utiliza de uma premissa simples e do conceito do sonho americano e da “inocência” de uma mulher que tem uma vida extremamente dura e complicada, trabalhando camadas de verdades desconfortáveis de maneira sensacional, mascarando a dureza do tema e das ações em um romance e por mais que pareça estranho, comédia.  

 

Na sinopse do filme temos uma jovem stripper do Brooklyn chamada Ani (Mikey Madison), que acaba conhecendo Ivan (Mark Eydelshteyn), filho de um oligarca russo na boate em que trabalha. Os dois engatam um relacionamento que começa como trabalho, mas que rapidamente escala para algo mais pessoal, virando um romance, transformando Ani em uma versão moderna da Cinderela por alguns dias.  

 

Muitas viagens, festas e alegrias regam esse pequeno período da vida do casal, até que em um devaneio de loucura Ivan pede Ani em casamento, e como estavam em Las Vegas, o casal rapidamente resolve consumar o relacionamento.   

(Universal Pictures/Divulgação) 


Mas o conto de fadas estava com data de validade, e quando a notícia do casamento chega aos ouvidos dos pais de Ivan na Rússia, todo o amor e sonho de princesa dão lugar ao desespero e confusão, até a chegada dos pais de seu marido.  

 

Anora trata de diversos assuntos de maneira exemplar, desde os preconceitos vindos de seu trabalho como acompanhante e stripper até a relação abusiva de uma família, a relação entre os núcleos deste filme é fundamental para conseguirmos entender exatamente o que Sean Baker quer contar, as variações de sensações ao passar do filme são feitas de maneira brilhante, onde do início até a metade do filme temos um filme alegre, envolvendo o casal principal e seu relacionamento improvável, mas que rapidamente vira às avessas quando Ivan sofre um choque de realidade, e não consegue mais manter as aparências e a vida começa a cobrar seu preço.  

 

Por mais que eu tenha gostado demais desse filme, ele se torna algo difícil de falar, pois para mim ele é muito mais ligado as sensações e a experiência que você acompanha durante todo o filme.  

(Universal Pictures/Divulgação) 


Mikey Madison que é a nossa protagonista destrói completamente o filme, e neste caso o “destrói” é algo extremamente positivo, a atuação que ela entrega é imensurável, toda a variação de emoções que ela precisa entregar e entrega é surreal, te fazendo entender exatamente o que ela está sentindo, o que ela quer sentir, o que ela expressa que está sentindo e como os ao seu redor estão interpretando, isso tudo ao mesmo tempo, me fazendo entender o porquê essa jovem atriz já esteja concorrendo na categoria de melhor atriz nas principais premiações do ano.  

 

Outro ator que também está carimbando sua presença nas premiações é Yura Borisov, que entrega um personagem estranho a primeiro olhar, mas extremamente importante para a narrativa. Por mais que ele entre na trama como uma figura opressora, seu personagem é o único que realmente entende nossa protagonista e a sua maneira cuida dela, tanto que a cena final do filme é entre esses dois atores.  

 

Anora é um excelente filme que chegou de surpresa, e que realmente merece ser assistido, seu tema é poderoso e sua mensagem é muito clara e direta, mas em momento nenhum ele se torna clichê ou massivo, fazendo com que mereça toda a atenção que tem recebido nos últimos tempos.   

Nota

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