Crítica | Uma Sexta-Feira Mais Louca Ainda
- Gustavo Pestana
- 5 de ago.
- 3 min de leitura
2025 | 1 h 51 min | Comédia – Família – Fantasia
(Walt Disney Studios/Divulgação)
Mais um filme que carrega a nostalgia está chegando, desta vez vindo do longínquo ano de 2003. Jamie Lee Curtis e Lindsay Lohan revivem seus papéis de Sexta-Feira Muito Louca em Uma Sexta-Feira Mais Louca Ainda, trazendo uma nostalgia que, honestamente, me surpreendeu de maneira extremamente positiva.
É importante pontuar quais eram as expectativas para este filme, pois isso será essencial para entender o impacto deste texto.
A expectativa era simples: imaginei que o filme pegaria a premissa já conhecida e a remontaria em uma versão moderna, com duas novas personagens entrando no jogo para criar uma dinâmica diferente. Esperava também que fosse minimamente divertido e contasse sua história de forma linear e clara.
Mas ele entregou muito mais do que isso. A premissa é, de fato, a esperada. Mais uma vez temos a troca de corpos, mas com as adições de Harper Coleman (Julia Butters) e Lily Reyes (Sophia Hammons), que por sinal, funcionam perfeitamente no projeto, mas o que realmente surpreende é a forma como a história é contada e como o sentimento de nostalgia é trabalhado, sendo de maneira natural e deliciosa.
(Walt Disney Studios/Divulgação)
O filme consegue capturar exatamente a essência dos longas do início dos anos 2000, sem parecer forçado ou artificial. Ele se passa nos dias atuais e não tenta disfarçar isso. Ainda assim, o humor, as atuações, a montagem e até as situações vividas pelos personagens remetem diretamente àquela época, sendo um detalhe que eu, sinceramente, não esperava que funcionasse tão bem.
Sem contar que o filme é extremamente engraçado. Ri alto em diversos momentos, e depois da terceira ou quarta gargalhada, comecei a me perguntar se estava atrapalhando a sessão dos outros, porque simplesmente não conseguia parar de rir.
Jamie Lee Curtis e Lindsay Lohan estão incríveis. A nova dinâmica, onde trocam de lugar com Harper e Lily em vez de entre si, é simplesmente maravilhosa. Elas mostram mais uma vez que são atrizes excepcionais (o que nem chega a ser uma surpresa, embora no caso de Lohan seja uma felicidade maior) e que nasceram para essa franquia.
A química entre as duas continua impecável. Dá para perceber, em cada cena, o quanto se divertiram durante as filmagens, e isso transborda para o público.
(Walt Disney Studios/Divulgação)
Julia Butters e Sophia Hammons também não decepcionam. As novas integrantes da franquia seguram muito bem os papéis das personagens que conhecemos há tanto tempo. Mesmo com a evolução natural da personalidade das personagens devido a idade, elas conseguem expressar as mesmas personalidades marcantes que fizeram sucesso no filme de 2003.
Enquanto assistia, me senti transportado para a época em que, era um jovem, e sentava em frente à TV para ver Disney Channel, sentimento que não foi exclusivo meu, ao final da sessão, vi que o mesmo era compartilhado por muitos outros.
Ele é um filme leve, divertido e que não tenta ser mais do que se propõe. E, justamente por isso, acerta. Contudo, é importante destacar que esse estilo de comédia, diferente do que se faz hoje, pode dificultar a conexão com as novas gerações. Porém, caso essa diferença seja bem recebida, ele tem potencial para surpreender nas bilheteiras e ultrapassar as expectativas.
(Walt Disney Studios/Divulgação)
Por mais que a vontade fosse dar uma nota altíssima, é preciso ser coerente. O filme entrega um trabalho maravilhoso, mas seus pontos fortes são muito semelhantes ao do original, mesmo que eu goste mais desse filme do que o de 2003.
Não há nada realmente novo ou impactante, mas isso não diminui seu valor. Trata-se de uma comédia extremamente divertida, com o espírito do Disney Channel e da clássica Sessão da Tarde, algo que jamais deve ser subestimado.
Portanto, minha conclusão é que Uma Sexta-Feira Mais Louca Ainda é um excelente filme dentro de suas limitações. Entrega uma comédia acima da média, nostalgia na medida certa e uma história com personagens carismáticos e envolventes, valendo muito a pena ser visto nos cinemas, especialmente se você viveu a época do primeiro filme e guarda alguma memória afetiva com a história.

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