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Crítica | A Hora do Mal

  • Foto do escritor: Fagner Ferreira Seara
    Fagner Ferreira Seara
  • 7 de ago.
  • 2 min de leitura

2025 | 2 h 8 min | Terror – Mistério

(Warner Bros. Pictures/Divulgação) 


Após o sucesso de Noites Brutais (2022), Zach Cregger retorna ao terror com A Hora do Mal, aprofundando ainda mais sua habilidade de trabalhar o gênero sem recorrer aos clichês fáceis. Se no primeiro longa o diretor já mostrava domínio da tensão e do desconforto, aqui ele amplia o escopo narrativo com uma trama complexa, cheia de mistérios e personagens emocionalmente carregados.  

 

A história parte de um desaparecimento coletivo: 17 crianças somem simultaneamente às 2h17 da madrugada, sem qualquer explicação. No centro da suspeita está a professora Justine (Julia Garner), que lecionava para todas elas, exceto Alex (Cary Christopher), o único aluno presente na sala de aula na manhã seguinte. Fragilizada emocionalmente, entregue ao álcool e atormentada por fantasmas do passado, Justine se vê acusada e decide investigar o caso por conta própria. A jornada ganha força com a ajuda de Archer (Josh Brolin), um pai em luto que se torna um improvável aliado.  

 

Dividido em capítulos como um livro de suspense, A Hora do Mal convida o espectador a mergulhar nos arcos individuais dos personagens, construindo a narrativa de forma gradual e instigante. Cregger aposta na estrutura fragmentada e no desenvolvimento psicológico dos envolvidos, compondo um painel dramático que se intensifica à medida que os elementos sobrenaturais se insinuam, mas sem jamais se sobreporem ao drama humano.  

(Warner Bros. Pictures/Divulgação) 


O elenco tem papel central no sucesso do longa, porém Julia Garner entrega uma performance contida e poderosa, traduzindo com precisão o conflito interno de Justine. Cary Christopher impressiona com sua expressividade, transmitindo com sensibilidade os dilemas do jovem Alex. Entre os coadjuvantes, destaca-se Amy Madigan em uma performance bizarra, méritos do diretor.


A grande virtude de A Hora do Mal está justamente em sua contenção. Cregger evita o sensacionalismo e investe em uma atmosfera de tensão contínua, que cresce cena após cena. A direção é segura, com escolhas estéticas que reforçam o clima opressivo e uma montagem que favorece o ritmo da investigação. O humor, quando surge, é pontual e inteligente, funcionando como alívio de tensão sem comprometer a densidade do enredo.  

 

Com este novo projeto, Zach Cregger consolida seu nome como um dos diretores mais promissores do terror contemporâneo. A Hora do Mal é uma experiência instigante e bem construída, que prende o espectador com sua mistura de mistério, drama e inquietação, reafirmando que o gênero ainda tem muito a oferecer quando tratado com inteligência e ousadia sem cair nos clichês do gênero ou as escolhas por pura matança. 

Nota

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