Crítica | Sing Sing
- Fagner Ferreira
- 10 de fev.
- 2 min de leitura
2025 | 1 h 47 min | Drama
(Diamond Films/Divulgação)
Ressignificar, dar um novo significado, um propósito para mudanças para superar padrões comportamentais, psíquicos, estéticos, morais ou ideológicos. Pode ser útil para ajudar a enxergar a vida de uma forma diferente, principalmente em relação a acontecimentos negativos.
Sing Sing usa exatamente esse conceito em demonstrar que pessoas merecem novas oportunidades.
John “Divine G” é um advogado que está preso injustamente por um crime que não comentou. Para sobreviver no presídio de forma mais “tranquila” resolve criar um programa de teatro dentro da penitenciária onde um grupo de detentos se reuniam para estudar uma nova peça.

(Diamond Films/Divulgação)
É nessa atmosfera em torno deste grupo que somos conduzidos as mais diversificadas camadas que podemos ter no cotidiano dessas pessoas. O diretor Greg Kwedar usa seu olhar clínico de forma exuberante em uma trama rodeada de histórias verídicas e com muita alma.
O grupo de prisioneiros é mais que uma reunião, é a vontade de viver, de vivenciar histórias, de ter conhecimento da vida, da cultura e de sentir um pouco mais livres dentro do cárcere. A ideia de usar no elenco todos os participantes do grupo como personagens dentro de Sing Sing tornam a história mais linda de ser vista, afinal são atores amadores que estão tendo a oportunidade de aparecer no cenário mundial com as qualidades adquiridas, e que sabia escolha foi utilizar esse meio, pois uma das gratas surpresas do filme é justamente Clarence Maclin interpretando ele mesmo.
Sua atuação é extremamente contagiante em um personagem cheio de camadas profundas que vai se abrindo mais enquanto mostra mais intimidade com o grupo. A química entre Clarence e Colman Domingo é o êxtase do filme, uma das duplas que demonstram uma verdade em cena que emociona, uma amizade inconfundível de seus personagens.

(Diamond Films/Divulgação)
Todo o elenco está grandioso na trama, mas não podemos deixar de falar do destaque do filme. Colman Domingo, novamente, tem uma das suas melhores atuações na carreira. É vivaz, tem vigor, veracidade, raiva, inteligência, tantos sentimentos para um personagem que o ator domina com maestria, merecendo a sua indicação ao Oscar pela segunda vez seguida.
Isso demonstra que seu talento cada vez mais está sendo reconhecido e que muito em breve será devidamente premiado.
Sing Sing tem sua pureza, tem sentimento e uma atmosfera extraordinária em uma história de um grupo que encontra um refúgio, uma liberdade dentro da arte de atuar e tentar dimensionar que a vida é mais que bela, ela precisa ser social, precisa ser inserida novamente no mundo com novas oportunidades na qual pessoas realmente necessitam mostrar para si que podem ser importantes e mudar vidas.

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