Crítica | Pecadores
- Gustavo Pestana
- 17 de abr.
- 3 min de leitura
2025 | 2 h 17 min | Ação – Drama – Terror – Suspense
(Warner Bros. Pictures/Divulgação)
Ryan Coogler está de volta em mais uma parceria com Michael B. Jordan. Desta vez, o filme em questão é Pecadores, que apresenta uma narrativa envolvente sobre preconceito, racismo e liberdade, tudo isso em meio a um elenco de peso e... vampiros. Sim, você leu certo: trata-se de uma história com vampiros.
Na trama, acompanhamos Smoke e Stack (Michael B. Jordan), irmãos gêmeos que retornam à cidade natal com o objetivo de recomeçar e deixar para trás um passado conturbado. No entanto, essa tentativa de reconstrução é interrompida quando uma força maligna passa a persegui-los, trazendo à tona seus medos e traumas mais profundos. Essa presença sombria ameaça tomar conta da cidade e de seus habitantes, forçando-os a lutar pela própria sobrevivência. Mais do que enfrentar criaturas famintas por poder (e sangue), os protagonistas precisam lidar com as questões sociais que os cercam, impostas tanto por seu passado quanto pelo estilo de vida que levaram.
Embora o filme utilize vampiros, não é sobre isso que ele realmente trata. Essa figura serve como metáfora para abordar temas como racismo, opressão e a busca por liberdade.
Coogler mais uma vez demonstra domínio absoluto sobre seu projeto e a temática proposta. A maneira como conduz a narrativa é tão envolvente que, mesmo sabendo que os vampiros seriam o grande atrativo da história, me vi completamente imerso e satisfeito sem a presença deles.
(Warner Bros. Pictures/Divulgação)
Ainda assim, a inserção dos vampiros é feita de forma tão bem construída e articulada que não só não atrapalha a trama, como a eleva, por mais inusitado que isso possa parecer.
O longa presta diversas homenagens a Quentin Tarantino. Filmes como Um Drink no Inferno, Django Livre e Bastardos Inglórios claramente influenciaram a obra e ajudaram a moldar sua estética e ritmo.
Confesso que, quando comecei a ver o material de divulgação, não fazia ideia de que se tratava de uma história com vampiros. Descobri esse detalhe recentemente. Ainda assim, apenas o fato de Ryan Coogler estar na direção e no roteiro já havia despertado meu interesse. Michael B. Jordan, por sua vez, é outro forte atrativo, sendo ambos motivos mais que suficientes para assistir ao filme. Mas ao descobrir o elemento vampírico, minha curiosidade aumentou ainda mais.
O restante do elenco também é impressionante: Hailee Steinfeld, Miles Caton, Jack O'Connell, Wunmi Mosaku, Jayme Lawson, Omar Miller, Li Jun Li, Delroy Lindo e, claro, Michael B. Jordan são nomes que simplesmente entregam uma atuação exemplar, me fazendo ficar completamente imerso dentro da obra.
(Warner Bros. Pictures/Divulgação)
A trilha sonora do filme é simplesmente espetacular. Toda a narrativa é embalada por blues, com músicas que acentuam sensações e adicionam profundidade emocional à história. No entanto, nada se compara à canção interpretada por Sammie Moore (Miles Caton). A performance vocal do ator, aliada à sua entrega interpretativa, é algo impressionante, conferindo à trama uma carga emocional rara e difícil de reproduzir.
Pecadores é repleto de camadas e subtextos, todos bem desenvolvidos e apresentados com sensibilidade e profundidade. A história flui de maneira orgânica e cativante, tornando-se ainda mais impactante a cada reflexão.
Se surgir a oportunidade de assistir, não hesite. Este é, sem dúvida, um dos melhores filmes que vi neste ano. Vale a pena por sua história, pela mensagem poderosa e pelas atuações impecáveis. Vá sem medo que será uma experiência da qual você dificilmente irá se arrepender.

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