Crítica | One Piece: A Série
- Gustavo Pestana
- 2 de set. de 2023
- 3 min de leitura
2023 | 1 h | Ação – Aventura – Comédia

(Netflix/Divulgação)
A primeira temporada de “One Piece: A Série” já está disponível na Netflix, e como uma pessoa que teve pouco ou quase nenhum contato com a obra original, venho trazer minha humilde opinião baseado na série e somente nela, sem levar o mangá ou anime em consideração na mina avaliação.
A série tem como foco apresentar Monkey D. Luffy (Iñaki Godoy) e sua jornada até se tornar o Rei dos Piratas, juntando sua fiel tripulação e enfrentando diversos perigos que cruzam o seu caminho.
Neste ponto a série funciona muito bem, a apresentação de seus personagens principais e seus arcos pessoais são muito interessantes, termos a representação de suas personalidades junto com os flashbacks de suas infâncias faz com que tenhamos uma empatia muito grande com eles.
A leitura de Iñaki Godoy para interpretar Monkey D. Luffy é simplesmente perfeita, sua energia alegre e confiante transborda toda vez que aparece em tela, fora o nível absurdo de carisma que ele transmite. Nami (Emily Rudd), Zoro (Mackenyu), Usopp (Jacob Romero) e Sanji (Taz Skylar) também representam muito bem suas contrapartes do mangá, mas devo destacar a interpretação de Emily Rudd e Mackenyu. Talvez o fato de seus personagens terem mais tempo de tela ajude muito em seus desenvolvimentos, mas a maneira como eles conseguem cativar o público é simplesmente incrível.

(Netflix/Divulgação)
De maneira contraditória, os episódios finais da série que tem como foco o passado da Nami são os mais fracos, devido à história correr para finalizar a temporada e amarrar todas as pontas que eram necessárias. Já que estamos falando dos episódios como um todo, a série demonstra um problema de ritmo, onde os cinco primeiros episódios funcionam muito bem, apresentando Luffy, Zoro, Nami e Usopp, mas quando ela começa e se direcionar para a apresentação de Sanji, o ritmo começa a ficar estranho.
Muito desse sentimento vem do fato do final da história do personagem ser ligada diretamente ao arco de encerramento da temporada, e em vez de focar totalmente no problema em questão, ele também serve para apresentar o passado de Nami, fazendo os três episódios finais ficarem corridos e levemente confusos.
Mas acredito que isso irá incomodar mais quem for fã do mangá/anime, pois se me transmitiu a sensação de que ficou corrido, imagino que muito do material original foi cortado ou mal-adaptado, mas como já mencionei no início da crítica, eu irei analisar como uma série independente, e com isso devo dizer que mesmo com esses problemas este fato não estraga a série.
Um fator importante que preocupava a todos quando foi anunciada a série é a dificuldade em relação a seus personagens e cenários, já que temos no mínimo personagens exóticos, mas o CGI dá série é simplesmente maravilhoso, e a ambientação deste mundo maluco em que “One Piece” é muito bem-feito.

(Netflix/Divulgação)
Todos os tipos de seres e suas excentricidades estão presentes, de maneira realista, porém cartunesco, trazendo a legitimidade da obra original sem tirar a proposta de uma pegada realista, já que se trata de um live-action. Seus personagens secundários demonstram muito bem está característica, Buggy (Jeff Ward), Arlong (McKinley Belcher III) e sua tripulação são excelentes exemplos do que estou falando.
Mas mesmo com todos esses acertos da adaptação em live-action, ainda existem problemas com a série, como ter somente 8 episódios, sendo muito pouco para a primeira temporada, a tarefa de apresentar e trabalhar tantos personagens junto com a apresentação do universo e toda a mitologia do mangá/anime faz com que a série fique corrida do meio para o final.
Fora que ela não se aprofunda em alguns pontos que seria interessante se aprofundar, como, por exemplo, a ligação do grupo com cada ilha que eles visitam, deixando mais clara a maneira única de pirata de Luffy, e assim fazendo o universo todo se expandir de maneira mais ordenada e eficaz.

(Netflix/Divulgação)
Talvez se tivéssemos a apresentação de menos integrantes dos chapéus de palhas ajudasse nesse ponto, dando mais tempo para os demais personagens, um exemplo claro é a o background de Nami e Zoro comparado ao de Usopp e Sanji.
Com isso devo concluir que embora a série seja uma excelente porta de entrada para quem não leu os mangás ou assistiu ao anime, ela tem grandes chances de receber uma crítica negativa dos fãs do original, mesmo sendo uma série divertida e repleta de ação e aventura, trazendo maravilhosas interpretações dos personagens clássicos em uma leitura que funciona muito bem para o formato de série.
“One Piece: A Série” vale muito apena ser assistida, e espero que logo seja anunciada sua segunda temporada, para podermos continuar explorando este universo magnifico que foi apresentado.

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