Crítica | O Relatório
- Fagner Ferreira
- 7 de nov. de 2019
- 2 min de leitura
Atualizado: 11 de jul. de 2024
2019 | 1 h 59 min | Biografia – Policial – Drama

(Prime Video/Divulgação)
Após os atentados de 2001, a CIA adotou medidas autoritárias para reter informações sobre possíveis novos ataques terroristas de alguns de seus capturados. As torturas praticadas nos bastidores, a negligência desses militares, vão ser questionadas quando o agente Daniel J. Jones (Adam Driver) é escolhido para liderar um relatório, com mais de 700 páginas, abordando a maneira usada para obter tais informações.
Baseando-se fatos reais, “O Relatório” é minucioso em sua execução. Mesmo partindo desta premissa da realidade, o diretor Scott Z. Burns (“Somente o Mar Sabe”) busca extrair toda a excentricidade desses fatos de uma maneira mais didática do que frenética, alimentando-se mais dos diálogos, pensamentos e momentos de investigação do que propriamente um elo mais dramático ponderando a ação, costumeira em filmes deste naipe.
Não que elas estejam totalmente ocultas no filme, pelo contrário, são pontuais, parafraseando os momentos de maior frenesi do filme, ilustrando a covardia com essas “vítimas”.

(Prime Video/Divulgação)
Adam Driver é o condutor do filme. Em uma ótima atuação como o agente, o ator consegue demonstrar todo o trabalho árduo que seu personagem necessita percorrer em sua jornada diária, sem saber se um dia seu trabalho seria exposto.
Mesmo sem ter um perfil mais trabalhado, até mesmo por culpa do roteiro não dar foco para isso, a questão aqui é simplesmente evidenciar tais fatos para uma compressão do real ponto do filme, o grandioso documento.
A senadora Dianne Feinstein (Annette Bening) e o chefe de gabinete Denis McDonough (Jon Hamm) são os principais personagens que contribuem para criar uma carga emocional mais emergencial ao papel de Driver, que não precisa de muito esforço para tal.
“O Relatório” é mais um filme político que chega em um momento mais que propício, revela mais que o necessário para responder perguntas sobre o uso inadequado da violência e fazer justiça com as próprias mãos. Esse não é um filme para ser contemplado, mas sim para criar uma reflexão desse evento e debater toda essa questão.

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