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Crítica | O Contador 2

  • Foto do escritor: Gustavo Pestana
    Gustavo Pestana
  • 24 de abr.
  • 2 min de leitura

2025 | 2 h 12 min | Ação – Policial – Drama – Mistério – Suspense 

(Warner Bros. Pictures/Divulgação) 


Nove anos após sua estreia nos cinemas, O Contador ganha uma sequência com o retorno de Christian Wolff, interpretado por Ben Affleck. O longa traz novamente Gavin O’Connor na direção e Bill Dubuque no roteiro, além de reunir parte do elenco original, com Jon Bernthal, Cynthia Addai-Robinson e J.K. Simmons

 

Lançado em 2016, O Contador chamou atenção com uma proposta diferenciada, onde acompanhamos a jornada de um homem diagnosticado com Síndrome de Asperger (Autismo) que atua como contador, e presta serviços para organizações criminosas entre outros. O protagonista, além de mestre nos números, domina técnicas de combate e armamento, habilidades que entram em cena quando sua vida e a de uma colega são ameaçadas. A narrativa mistura ação, thriller psicológico e drama de maneira surpreendente, mergulhando no passado do personagem e oferecendo uma perspectiva clara sobre o funcionamento de sua mente. 

 

A sinopse pode até parecer genérica à primeira vista, mas o filme se destaca justamente pela forma como conecta os três pilares essenciais: a profissão de Christian, seu transtorno e sua letalidade. O resultado é um equilíbrio cativante, capaz de conquistar tanto fãs de ação quanto quem busca uma história com mais profundidade. 

O Contador 2 (Warner Bros. Pictures/Divulgação) 

(Warner Bros. Pictures/Divulgação) 


O Contador 2 abandona parte dessa construção inicial para focar quase exclusivamente na ação. Com o histórico do protagonista já estabelecido, o roteiro opta por não revisitar em detalhes sua condição ou passado, dando mais espaço ao relacionamento com seu irmão Braxton (Jon Bernthal), o que acrescenta uma boa nova camada à trama, embora não tão impactante quanto os elementos centrais do primeiro longa. 

 

Nesta sequência, o universo do personagem é expandido. Descobrimos como funciona sua rede de apoio, quem fornece as informações e como funciona de fato o trabalho de Braxton. No entanto, a conexão emocional com a nova missão é rasa e parece existir apenas como justificativa para cenas de combate.  

 

Obviamente há um ponto de partida para os acontecimentos que tem uma ligação com os personagens, e sim, ele tem lógica narrativa, mas a urgência emocional não alcança o mesmo impacto do filme original. Em O Contador, o fracasso do trabalho como contador e a ameaça real à vida do protagonista e de sua amiga geravam um motivo muito forte para o protagonista. Aqui, mesmo com a ligação de Ray King (J.K. Simmons) e novos conflitos, falta aquela conexão que deveria se assemelhar a que tivemos no primeiro filme. 

O Contador 2 (Warner Bros. Pictures/Divulgação) 

(Warner Bros. Pictures/Divulgação) 


O Contador 2 funciona como entretenimento, com cenas de ação bem coreografadas e uma química forte entre Affleck e Bernthal. Ainda assim, fica claro que a tentativa de transformar a história em franquia soa mais como uma jogada comercial do que uma necessidade criativa. Sendo o típico filme que "passa de ano", mas sem brilhar. 

 

Pessoalmente, gosto bastante da forma como Affleck constrói Christian Wolff, há carisma, intensidade e um cuidado visível na representação do personagem. A parceria com Bernthal, aliás, é um dos pontos altos da sequência. E se vier um terceiro filme, não será uma decepção completa. Mas entendo que se a "franquia” continuar a se afastar de sua proposta original, pode acabar perdendo exatamente o que a tornava especial. 

Nota

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