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Crítica | Mickey 17

  • Foto do escritor: Gustavo Pestana
    Gustavo Pestana
  • 6 de mar.
  • 2 min de leitura

2025 | 2 h 19 min | Aventura – Comédia – Fantasia – Ficção científica

(Warner Bros. Pictures/Divulgação) 


O mais novo filme de Bong Joon Ho carrega o peso do sucesso de Parasita e eleva as expectativas para esta ficção científica, que conta com grandes nomes no elenco. Apesar de divertido e de abordar temas importantes e delicados, o longa oscila entre diferentes narrativas, resultando em uma obra que cumpre os requisitos de Hollywood, mas sem deslumbrar ou impactar como se esperava. 

 

Mickey 17 é uma adaptação do livro Mickey 7, escrito por Ashton Edward e lançado em 2022. Embora ainda não tenha lido a obra, conversei com algumas pessoas que leram e fui informado de que o filme toma certas liberdades na adaptação, como a introdução de dez Mickeys a mais, entre outras mudanças que não são relevantes no momento. 

 

Além disso, o livro aparenta ser mais profundo em seus temas centrais e discussões filosóficas. No entanto, o ponto principal, pelo que pesquisei, é que a obra mergulha com mais intensidade na ficção científica, elemento cuja falta de profundidade senti no filme. 

(Warner Bros. Pictures/Divulgação) 


Na história, acompanhamos Mickey (Robert Pattinson), um homem que aceita o cargo de "descartável", indivíduo enviado para missões suicidas com o objetivo de explorar o planeta gelado de Niflheim e estudar seus efeitos sobre os humanos, preparando o terreno para a colonização. Cada vez que Mickey morre, um novo corpo é criado, suas memórias básicas são implantadas e um novo ciclo de morte e nascimento se inicia. 

 

Após diversas mortes, ele começa a questionar sua função e seu desejo de viver, até que um acidente ocorre, resultando na existência simultânea de dois Mickeys. Esse evento desencadeia um problema de grandes proporções, colocando em risco seu futuro e a estabilidade da missão. 

 

O filme, amplamente divulgado como uma ficção científica, também levanta debates filosóficos, algo esperado, considerando que Bong Joon Ho assina o roteiro e a direção. Diante dessa premissa em que um homem é destinado a morrer repetidamente em prol de um objetivo maior, imaginava-se um aprofundamento nesse aspecto. No entanto, essa abordagem é tratada de forma superficial e rapidamente deixada de lado. 

(Warner Bros. Pictures/Divulgação) 


A narrativa se preocupa mais em fazer críticas e piadas sobre o governo atual dos Estados Unidos do que em explorar os dilemas filosóficos e existenciais da trama. Ainda que esse caminho não seja necessariamente um problema, um melhor equilíbrio entre os elementos teria sido essencial. O filme transmite a sensação de que seu universo, narrativa e questões filosóficas tinham um potencial maior, que acabou diluído pelo roteiro, dando espaço para a comédia e para uma crítica social rasa. Isso levanta a dúvida sobre a longevidade desses elementos e se, no futuro, a obra poderá soar datada. 

 

Mesmo assim, o filme não é ruim, tanto que minha nota não é baixa. Apenas segue um rumo que não me agradou tanto quanto esperava. Ainda assim, entrega uma história divertida e proporciona espaço para que seus atores brilhem, com destaque para Robert Pattinson, que oferece uma atuação impressionante e reafirma que é muito mais do que o Edward de Crepúsculo. 

Nota

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