Crítica | Madame Teia
- Gustavo Pestana
- 17 de fev. de 2024
- 3 min de leitura
2024 | 1 h 56 min | Ação – Aventura – Ficção científica
[ ATENÇÃO ESTA CRÍTICA CONTÉM SPOILERS ]

(Sony Pictures/Divulgação)
“Madame Teia” não se aprofunda em nada do que deveria, trata mal seus personagens, apresenta um roteiro ruim, repleto de diálogos fracos e cansativos, além de não entreter o telespectador e mais uma vez falha em tentar criar um universo compartilhado do Homem Aranha sem Homem Aranha.
Embora seja até complicado falar mal do filme, devida a tamanha ruindade desse projeto, tentarei aprofundar em alguns pontos que acredito que sejam os principais desse filme, e obviamente por isso terá algum spoiler, mas como o filme é tão ruim, não tem como sua experiência ser piorada por esse motivo.
O longa apresenta a origem de uma personagem extremamente complexa dos quadrinhos, Cassandra Webb (Dakota Johnson), que tem como habilidades principais a clarividência, precognição, telepatia, intelecto e ligação com os totens aranha, e obviamente o longa ignora 90% dessas habilidades e fica só com a clarividência, precognição e telepatia, e mesmo assim tudo feito na base do qualquer coisa.

(Sony Pictures/Divulgação)
Ele tenta apresentar uma personagem inteligente e que teoricamente seria uma mentora para um trio de heroínas que no momento precisam de ajuda, mas falha constantemente no carisma dessa personagem, apresentando alguém cansativo, chato, fraco e completamente coadjuvante no filme que leva seu nome, apresentando só neste ponto um grande alerta vermelho.
Mas, como se não fosse o suficiente, vamos falar das nossas heroínas, as três Mulheres Aranha, Julia Cornwall (Sydney Sweeney), Anya Corazon (Isabela Merced) e Mattie Franklin (Celeste O'Connor), que são extremamente poderosas e que são as únicas que podem bater de frente com o grande vilão do longa.
Mas isso só vai acontecer no futuro, e quando falo futuro, é futuro mesmo, já que no filme elas nem poderes tem, muito menos a capacidade de combater um totem aranha, e é isso mesmo que você leu, elas não adquirem os poderes em nenhum momento do filme, suas cenas com os trajes e lutando são somente visões de possibilidades de futuro, totalizando um total de 1 minuto de duração no filme.

(Sony Pictures/Divulgação)
Onde aqui elas são somente três garotas chatas, com problemas de memória recente (já que suas atitudes não condizem com pessoas que acabaram de ser atacadas por um maníaco poderoso, onde em uma cena elas estão fugindo de carro e na seguinte dançando em cima de uma mesa em uma lanchonete), que tem um aprofundamento tão raso que tinha medo de que em algum momento elas caíssem da tela do cinema.
E para pontuar os personagens temos de falar de Ezekiel Sims (Tahar Rahim), um grande e poderoso usuário do totem aranha que mais parece um Pokémon, já que ele fica repetindo a mesma coisa o filme todo, sendo um completo idiota que não consegue capturar três adolescentes normais, e uma paramédica que está tendo dificuldades em entender o que é realidade e o que é visão do futuro, além de ser derrotado de maneira ridícula e completamente sem emoção.
O roteiro do longa não aprofunda absolutamente nada, passando de lugar nenhum para nenhum lugar, pulando de situação em situação de qualquer maneira e fazendo o filme ficar chato, não entregando, ação, aventura, comédia, drama ou qualquer outra sensação que tente.

(Sony Pictures/Divulgação)
A sequência de fatores é completamente sem sentido, as ações não geram sentimentos e as consequências são esquecidas e ignoradas conforme o conveniente, nada que poderia ser abordado foi abordado e tudo o que foi prometido era mentira, fazendo com que o filme fosse exatamente o que ele é, um grande nada que não leva a lugar nenhum.
Mas também não podemos só criticar o longa, temos que levantar os pontos positivos do longa, como, por exemplo, ele não se conecta com nada no universo aranha, tanto com qualquer outro filme do “Homem Aranha”, ou “Venom” e “Morbius”, podendo ser completamente ignorado e esquecido assim que os créditos começam, e mesmo que ele sugira uma continuidade, ele não apresenta uma cena pós-crédito, então não precisamos esperar por uma continuação deste filme que não faz sentido nenhum existir.
Gostaria de finalizar minha análise com uma parte da história que, honestamente, eu não entendi por que está no filme.
Me refiro ao Ben Parker (Adam Scott) e à Mary Parker (Emma Roberts), simplesmente eles não fazem nenhuma diferença para a história, onde provavelmente a existência deles seja trazer uma referência, mas honestamente não interfere em nada e não faz sentido, só fiquei confuso e triste com as cenas vergonhosas que os envolve.
“Madame Teia” é uma perda de tempo absurda, apresentando uma história ruim, com personagens ruins, roteiro ruim e tecnicamente ruim, chegando a ser uma maldade criticar os atores e atrizes que são bons, mas realmente é quase impossível entregar com o que foi disponibilizado para eles.

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