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Crítica | Jogos Vorazes: A Esperança – Parte 1

  • Foto do escritor: Beatriz Lopes
    Beatriz Lopes
  • 13 de nov. de 2023
  • 2 min de leitura

2023 | 2 h 3 min | Ação – Aventura – Ficção científica 

Jogos Vorazes: A Esperança – Parte 1 (Paris Filmes/Divulgação) 

(Paris Filmes/Divulgação


Com um tom mais sóbrio e cinza, “Jogos Vorazes: A Esperança - Parte 1” traz uma proposta diferente da que conhecíamos sobre a franquia até então.   

 

Sem o apelo da ação das arenas e suas pirotecnias, uma vez que os jogos foram destruídos no longa anterior, “A Esperança: Parte 1” foca no contexto político e no levante de um movimento baseado nas revoluções socialistas que tomam conta do Distrito 13, dado até o momento como destruído pela Capital na primeira guerra.  

 

Sob a guarda da presidente Alma Coin (Julianne Moore), o distrito subterrâneo carrega uma seriedade uniforme, sem distinção de classe ou valor, em que cada um tem a sua função para que a comunidade permaneça como “deve ser”.  

Jogos Vorazes: A Esperança – Parte 1 (Paris Filmes/Divulgação) 

(Paris Filmes/Divulgação


Após ser resgatada do caos dos últimos jogos, Katniss (Jeniffer Lawrence) se vê como a peça principal de uma guerra que ela nem mesmo quis, e ainda com a grande responsabilidade de ser a voz que irá unir todos os distritos a um só para derrotar a Capital.  

 

Apesar de essa também ser a sua vontade, Katniss não é, ou quer ser, a líder de uma causa. Todas as suas ações até o momento foram, na verdade, reações ao seu instinto de sobrevivência, suas alianças e inimizades, seus atos heroicos e impulsivos sempre foram em prol de proteger a si e os seus.   

 

Porém, Plutarch Heavensbee (Philip Seymour Hoffman), que se mostra ao final do filme anterior um aliado, vê essa inocência da jovem como uma brecha para manipulá-la e usar sua imagem para suas vontades. Tanto Plutarch quanto Coin confrontam os princípios de Katniss com a destruição causada pela Capital para que ela assume o papel de Tordo, símbolo da rebelião.   

Jogos Vorazes: A Esperança – Parte 1 (Paris Filmes/Divulgação) 

(Paris Filmes/Divulgação


Esse jogo de poderes e manipulação de todos os lados faz com que a obra de Suzanne Collins mais uma vez se destaque e seja vista como muito mais do que apenas uma fantástica distopia adolescente.  

 

Ainda que toque em pontos comuns aos clichês de sucesso, contando com belos atores e um triângulo amoroso entre os personagens principais, “Jogos Vorazes: A Esperança - Parte 1” vai além, vendendo nas divulgações do filme a imagem de uma protagonista forte e destemida, mas usando o longa para mostrar também suas vulnerabilidades e contradições, que são muitas vezes questionadas até pelos seus aliados.  

 

O rostinho da menina que um dia foi “a filha favorita da Capital” agora também é a garota propaganda das chamadas aos rebeldes para se juntarem à causa, mostrando como isso também é confuso para Katniss devido a sua “inocência” e jovialidade, tudo através da potente interpretação de Jeniffer Lawrence.  

Jogos Vorazes: A Esperança – Parte 1 (Paris Filmes/Divulgação) 

(Paris Filmes/Divulgação


Com um ritmo reduzido, o “início do fim”, representado por esse longa de certa forma “incompleto”, levanta de maneira ousada e cada vez mais profunda a manipulação de imagens e informações pela mídia, a desigualdade social e a busca pelos direitos dos cidadãos até o fim.   

 

Realmente não é o melhor filme da saga, mas é uma aposta forte o suficiente para fazer o telespectador precisar saber o final dessa trama. 


Nota

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