Crítica | Jogos Vorazes: A Esperança - O Final

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2023 | 2 h 17 min | Ação – Aventura – Ficção científica 

(Paris Filmes/Divulgação) 

Finalmente, chegamos ao final dessa querida franquia em “Jogos Vorazes – A Esperança: O Final”.  

A série de filmes deixa sua eterna marca na cultura pop, ultrapassando todos os limites e críticas. Se houve algum medo de um encerramento clichê para o universo de Suzanne Collins, foi superado com sucesso, levando os fãs à loucura nas salas de cinema.  

Mesmo após finalmente aceitar fazer parte do jogo de manipulação de Plutarch (Philip Seymour Hoffman) e Coin (Julianne Moore), e se tornar uma peça de propaganda, Katniss (Jeniffer Lawrence) não quer assumir à proporção que a revolução toma ao seu redor, ao mesmo passo que carrega nas costas a culpa de cada sangue derramado no caminho.  

(Paris Filmes/Divulgação) 

Lidando com a dor de Peeta (Josh Hutcherson), aprisionado e torturado pela Capital no último filme, ela recupera suas forças para a única missão que a move: matar o Presidente Snow (Donald Sutherland) com as próprias mãos.  

Com isso, a trama é redirecionada dos alojamentos subterrâneos do Distrito 13 para as ruas da Capital. Junto a outros personagens conhecidos, como Finnick (Sam Claflin) e Gale (Liam Hemsworth), Katniss, seu esquadrão e sua equipe de filmagem iniciam uma “missão secreta” para chegar até Snow enquanto os rebeldes tomam toda a cidade.  

Porém, o que eles não contavam é que agora toda a Capital era uma nova arena a ser televisionada.  

(Paris Filmes/Divulgação) 

No meio de toda essa batalha midiática, manipulações e jogos políticos, o filme toca também no triângulo amoroso de Katniss, Peeta e Gale. Ainda que esse não seja o foco da narrativa, uma vez que desde o início Katniss deixa muito claro que interesses românticos não estavam na sua lista de prioridades, mas mesmo assim, notamos que a protagonista fica dividida entre os dois, o que nos lembra que, na verdade, ela é, também, apenas uma adolescente.  

O diretor Francis Lawrence aproveita esse ambiente de guerrilha para render cenas de suspense com uma tensão calculada e hipnotizante, além de efeitos especiais maravilhosos.  

É possível notar uma preocupação estética até mesmo nos detalhes, como nas bordas da tela, diminuindo desde o último filme, provocando uma sensação de sufoco no telespectador e o trazendo ainda mais para o clima.  

(Paris Filmes/Divulgação) 

A trilha sonora certamente é a melhor de todos os longas, o que só nos faz amar mais ainda a produção, sendo extremamente fiel ao livro, com as reviravoltas da história fazendo com que quem assista chore, vibre, se revolte e se apaixone por cada momento.   

Mesmo vencendo a guerra e finalmente se vendo livre do mal, não há um encerramento tão forte para Katniss e seu sofrimento após perder tantas pessoas amadas, principalmente sua irmã, Primrose Everdeen (Willow Shields).  

A mensagem que o encerramento desse ciclo nos deixa é que o tempo é capaz de nos ensinar a cuidar de nossas feridas, mesmo que elas sejam profundas e permanentes. A dualidade entre a potência e a delicadeza que acompanham todos os filmes permanecem até o final, o que mais uma vez torna a inesquecível saga tão única e especial.