Crítica | Hellboy e o Homem Torto
- Gustavo Pestana
- 5 de set. de 2024
- 2 min de leitura
2024 | 1 h 39 min | Ação – Aventura – Fantasia – Terror

(Imagem Filmes/Divulgação)
Hellboy e o Homem Torto traz mais uma vez o personagem às telas do cinema, mas dessa vez com participação direta de seu criador Mike Mignola que atua como produtor e roteirista, e por isso essa é com certeza a melhor adaptação do Hellboy em relação à fidelidade aos quadrinhos.
Mas esta característica, que talvez seja a principal diferença entre as demais adaptações, é a responsável por prejudicar sua narrativa, já que, em questão de adaptação para cinema, acredito que ele ficou devendo.
Toda a estrutura do roteiro é muito fiel a do quadrinho de origem, que por sinal, foi o vencedor do prêmio Eisner de Melhor minissérie em 2009, e por isso ele traz uma sensação de que a história começa e termina do nada, muito parecido com um roteiro de quadrinho. Tanto que o próprio filme é dividido em três capítulos, assim como a história original, que é contada em três edições.

(Imagem Filmes/Divulgação)
Essa estrutura diferente talvez seja o principal ponto de estranheza entre o público e o filme, sem contar que este longa flerta muito mais com o terror do que os demais filmes do personagem, sendo esse muito mais parecido com o que é o Hellboy na sua origem, podendo dificultar um pouco mais a proximidade do grande público com essa nova adaptação.
Todo o material de divulgação do filme vem deixando claro que este filme é de terror e muito próximo ao que é os quadrinhos, então imagino que grande parte do público não irá chegar aos cinemas desavisados em relação ao tom do filme, mas mesmo que por ventura você chegue desavisado, acredito que você irá gostar muito da produção, pois ela é empolgante e consegue te prender na narrativa, mesmo que tenha esses elementos de terror que diferem bastante dos demais filmes do personagem.
Mesmo que o longa seja exatamente a mesma coisa dos quadrinhos, chegando a ter cenas exatamente iguais aos da HQ, tanto em questão de enquadramento quanto em questão de falas, ele toma a liberdade e acrescenta personagens e elementos a narrativa, mas nunca substituindo algum acontecimento ou mudando qualquer tipo de rumo a história, sendo simplesmente algum tipo de contextualização para a história funcionar melhor nos cinemas, ou para aproximar um pouco mais o público aos personagens principais, e essa liberdade narrativa é muito bem feita, até porque, temos o criador do personagem atuando como roteirista.

(Imagem Filmes/Divulgação)
Hellboy e o Homem Torto é uma excelente adaptação, trazendo todo o clima que o personagem tem nos quadrinhos em uma história maravilhosa, tanto que foi premiada em 2009, o envolvimento de Mike Mignola se mostrou fundamental para que a adaptação fosse tão fiel e tão bem estruturada, mesmo que o formato não seja o ideal para cinema e que seja muito, mas muito diferente do que é o Hellboy na ideia do público geral, devido as demais adaptações dos personagens nos cinemas.
Ouso dizer que este filme pode encabeçar uma nova franquia do personagem nos cinemas, e talvez uma nova era de adaptações de quadrinhos nos cinemas, onde teremos literalmente o quadrinho passando em tela.

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