Crítica | Enola Holmes
- Fagner Ferreira
- 21 de out. de 2020
- 2 min de leitura
Atualizado: 11 de jul. de 2024
2020 | 2 h 03 min | Ação – Aventura – Policial

(Netflix/Divulgação)
É fato que Sherlock Holmes é um dos personagens mais emblemáticos da cultura pop, demonstrando sua vivência por gerações, independente do público que ele atinge.
Seja na literatura ou no audiovisual, é elementar lembrar de sua personalidade e os métodos de trabalho como detetive. Mas como criar uma nova trama onde ele seja um dos Holmes coadjuvantes?
O desafio do diretor Harry Bradbeer (“Fleabag”) e da Netflix seria meticuloso, sem mudar quase que, drasticamente, esse universo criado por Arthur Conan Doyle.

(Netflix/Divulgação)
“Enola Holmes” chegou na plataforma fazendo barulho, não só pelo seu elenco espetacular, mas por trazer uma protagonista tão pouco explorada e brilhantemente interpretada por Millie Bobby Brown.
A atriz mirim usou toda a sua competência do protagonismo de “Stranger Things” e encaixou perfeitamente na proposta que a trama lhe propusera, com uma personalidade que não intensifica de forma extrema o feminismo.
Leve e aventuresco ao melhor estilo coming of age, “Enola Holmes” transporta uma história de esperança, maturidade e perseverança de uma menina que não conhecia o mundo da forma como ele é, em uma época bastante conservadora e machista, que não dava voz aos mais desfavorecidos.

(Netflix/Divulgação)
Um ponto alto do filme é trazer grandes diálogos que transportam a narrativa para os tempos atuais, mesmo deixando de lado o não aprofundamento investigativo da família Holmes, uma essência particular deles.
Diante de uma fotografia extraordinária e um figurino bem trabalhado, Millie Bobby Brown está impecável, uma sábia escolha do diretor para a personagem, sabendo extrair, quase que perfeitamente, suas melhores características, incluindo a quebra da quarta parede, assim como no caso de Sam Claflin para Mycroft, Henry Cavill para Sherlock e Helena Bonham Carter, como a mãe Eudoria.
“Enola Holmes” pode não ser um primor de filme, porém passa a sua mensagem sobre maturidade brilhantemente, os questionamentos da independência sem olhar para as opiniões alheias da sociedade sobre padrão, com uma trama leve, rodeada de paixão, drama e aventura.

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