Crítica | Coringa

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2019 | 2 h 2 min | Policial – Drama – Suspense 

(Warner Bros. Pictures/Divulgação)

Quão culpada é uma sociedade que cria seus próprios vilões? Ou melhor, qual é a parcela que esse povo tem em não dar assistência aos desfavorecidos que batalham pela sobrevivência, em um lugar caótico pela ganância dos mais soberbos? Somos nós que criamos as diversas personalidades existentes entre nós? Por que não dar a verdadeira assistência aos mais necessitados?  

Arthur Fleck (Joaquin Phoenix) é o retrato dessa realidade nua, crua, visceral e intensa! Deixe seu preconceito sobre filmes de super-heróis de lado, a questão aqui é mais abrangente, mostra o lado mais perverso e sujo de uma vivência cotidiana que estamos “acostumados” infelizmente. “Coringa” é um tapa na cara da sociedade, necessário para quebrar certas filosofias. 

Todd Phillips extraí de maneira assustadora o nascimento de uma personalidade totalmente entregue ao mal, que inicia uma revolução sem ao menos desejar, uma verdadeira fagulha acessa em meio a um fogaréu iminente.  

(Warner Bros. Pictures/Divulgação)

Joaquin Phoenix entende isso e absorve com maestria o que se pede, se transforma um dos personagens mais assustadores da cultura pop criando uma personalidade única, com uma aparência raquítica, sem qualquer tipo de apoio emocional e com o seu distúrbio neurológico arrebatador que sufoca não somente ele próprio, mas quem está o assistindo.  

O riso, característico da persona Coringa, só enaltece o épico trabalho construído em meio à história.  

“Coringa” é assombrosamente incrível em todas as esferas, mantém o respeito sobre a história original do personagem, entretanto nunca vimos o Coringa ser representado com tamanha genialidade, tanta que pode dar para Joaquin Phoenix o Oscar de Melhor Ator.  

Seria asqueroso não dizer que, sem a menor dúvida, “Coringa” é o melhor filme de 2019 exibido até a data de hoje.