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Crítica | Cobra Kai – Temporada 6

  • Foto do escritor: Gustavo Pestana
    Gustavo Pestana
  • 28 de fev.
  • 3 min de leitura

2025 | 30 min | Ação – Comédia – Drama – Esportes

(Netflix/Divulgação) 


Após seis temporadas, Cobra Kai finalmente chegou ao fim, entregando uma conclusão envolvente para todos os seus personagens. Como era de se esperar, o desfecho foi clichê, mas isso não é um problema, pelo contrário, foi bem executado e trouxe um encerramento satisfatório para essa grande história. 

 

Ao longo dos anos, Cobra Kai se tornou uma série cada vez mais previsível, com arcos semelhantes e resoluções fáceis de antecipar. No entanto, o universo de Karatê Kid e seus personagens são tão carismáticos que, mesmo sabendo para onde a história caminhava, continuávamos assistindo e torcendo por eles. Assim, as expectativas para o desfecho de Johnny Lawrence (William Zabka), Daniel LaRusso (Ralph Macchio), Miyagi-Do e do próprio Cobra Kai eram enormes, e posso afirmar que a série conseguiu entregar um encerramento à altura. 

 

Mesmo tendo gostado muito da temporada, reconheço que ela não é perfeita. E um dos seus principais problemas veio da forma como foi exibida. 

(Netflix/Divulgação) 


Não sou fã da estratégia da Netflix de dividir temporadas em partes com lançamentos espaçados. Essa escolha prejudica o ritmo da história, ainda que tenha sido planejada dessa forma. Separar a temporada entre o treinamento para o Sekai Taikai, o torneio em si e o desfecho oficial foi uma decisão problemática. Quanto mais perto do fim, maior a necessidade de manter um ritmo acelerado e objetivo, mas, com essa divisão, a série precisa retomar o fôlego no início de cada parte, o que compromete a fluidez da narrativa. 

 

Além disso, os arcos dos personagens são concluídos em momentos distintos. A maioria dos alunos se despede na segunda parte da temporada, enquanto o quarteto principal, Miguel Diaz (Xolo Maridueña), Robby Keene (Tanner Buchanan), Samantha LaRusso (Mary Mouser) e Tory Nichols (Peyton List), ganha um destaque maior devido ao desfecho do torneio. Esse encerramento é importante, pois marca o fim de um ciclo dentro do karatê, que sempre foi o cerne da série. 

 

Falando especificamente sobre os personagens adultos, a terceira parte foca na conclusão da jornada de Johnny Lawrence, como deveria ser. Se analisarmos friamente, Cobra Kai sempre foi sobre ele. Embora o protagonismo tenha sido melhor distribuído ao longo dos anos, dar a Johnny um final digno era essencial para que a série fechasse sua trajetória de maneira satisfatória. 

(Netflix/Divulgação) 


As redenções, o encerramento do torneio e os destinos dos personagens foram tão bem trabalhados que ouso dizer que há tempos não via uma série terminar com um espírito tão leve e positivo. Cobra Kai conseguiu concluir sua história sem perder qualidade ao longo dos anos e, o mais importante, sem parecer apressada ou forçada por um cancelamento repentino. 

 

Os finais de cada personagem são naturais e coerentes, deixando espaço para possíveis explorações futuras, mas não por falta de conclusão, e sim porque este universo ainda tem vida. A confirmação do filme Karatê Kid: Lendas pode não envolver diretamente os eventos da série, mas abre portas para que algo dessas seis temporadas ainda seja revisitado no futuro. 

 

No fim, Cobra Kai apresentou Karatê Kid para uma nova geração de forma exemplar. Construiu uma narrativa jovem e moderna que conseguiu agradar tanto os novos espectadores quanto os fãs antigos. Nunca desrespeitou seu legado, mas o expandiu sob uma nova ótica, uma que ninguém sabia que queria, mas que se mostrou tão ou até mais interessante que o clássico de 1984. 

Nota

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