Crítica | Corra que a Polícia Vem Aí!
- Gustavo Pestana

- 15 de ago.
- 3 min de leitura
2025 | 1 h 25 min | Ação – Comédia – Policial
(Paramount/Divulgação)
O novo Corra que a Polícia Vem Aí! já está em cartaz nos cinemas, trazendo de volta a essência da comédia besteirol que marcou os clássicos de 1988, 1991 e 1994, mantendo viva a identidade do humor nonsense que conquistou fãs no mundo todo, entregando exatamente o que se espera de um retorno a esse universo.
Liam Neeson assume o papel de Frank Drebin Jr., filho do icônico Frank Drebin (Leslie Nielsen) e Jane Spencer (Priscilla Presley). Por ser filho de seu pai e protagonista do filme, a comparação com Nielsen é inevitável e pesada, já que o ator original transformou o personagem em um ícone da comédia. Ainda assim, Neeson surpreende. Conhecido por papéis sérios e intensos, ele constrói um contraste cômico delicioso quando mergulha nas situações absurdas que remetem ao pai. Seu timing para o humor é preciso e funciona como um dos trunfos para a comédia do filme.
O tom segue fiel ao que os fãs lembram da franquia original. Quem assistiu aos filmes estrelados por Nielsen reconhecerá o humor característico, agora repaginado com referências e recursos modernos. A mistura entre piadas clássicas e sacadas atualizadas mantém a identidade da franquia e, ao mesmo tempo, traz um frescor que pode conquistar um novo público com facilidade, sem nunca perder o charme que agrada aos fãs de longa data.
(Paramount/Divulgação)
Paul Walter Hauser vive Ed Hocken Jr., filho de Ed Hocken (George Kennedy), formando novamente a dupla que marcou presença nos originais. Vale lembrar que, nos filmes antigos, o time era um trio, completado por Nordberg (O.J. Simpson). Por motivos óbvios, o personagem não tem relevância nesta nova trama, mas há uma piada maravilhosa que faz referência a ele.
Pamela Anderson também está presente no filme interpretando Beth Davenport, interesse amoroso de Frank Drebin Jr., e apesar de o material promocional ter destacado a personagem, sua participação não é tão extensa quanto imaginava. Ainda assim, ela tem peso na trama e divide momentos divertidos com Neeson. A química entre os dois funciona, e sua presença remete diretamente à de Priscilla Presley nos originais, charmosa e engraçada na medida certa.
O ritmo acelerado, repleto de piadas visuais e verbais, poderia se perder na leitura de legendas e por isso, a dublagem merece destaque especial. A localização para o público brasileiro é afiada, adaptando referências e criando momentos que funcionam perfeitamente para nós. Algumas tiradas, como uma envolvendo um famoso time de futebol brasileiro, arrancam gargalhadas genuínas, e mesmo que não tenham sido planejadas pelos roteiristas ou coisa do tipo, a localização ajuda muito a trazer o tom do humor para nossa cultura, já que originalmente essas piadas foram pensadas para a cultura e costumes estadunidense.
(Paramount/Divulgação)
Assistir a este filme dublado potencializa a experiência, embora esteja curioso para revisitar o filme no áudio original para perceber as diferenças.
No fim, este Corra que a Polícia Vem Aí! entrega algo raro atualmente: uma comédia despretensiosa, que não tenta ser maior do que precisa. Não há amarras com universos compartilhados nem a necessidade de criar uma franquia gigantesca. A missão aqui é simples, fazer rir, e ela é cumprida com sobra. São piadas para todos os gostos, do humor físico às referências pop, agradando tanto aos nostálgicos quanto a quem está chegando agora.
Como fã da franquia, saí do cinema satisfeito. O filme equilibra com inteligência o espírito original e a sensibilidade atual, entregando atuações engraçadas, situações absurdas e aquela energia caótica que fez do original um clássico.



























































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