Crítica | Better Man: A História de Robbie Williams
- Lobisomem Zumbi
- 11 de mar.
- 4 min de leitura
2025 | 2 h 15 min | Biografia – Fantasia – Musical
Better Man: A História de Robbie Williams era um filme que realmente estávamos empolgados para assistir, e por isso, vocês não terão somente uma análise do filme, mas sim duas, escritas pelos nossos queridos Gustavo Pestana e Fagner Ferreira. Então vamos começar com a opinião do Gustavo Pestana.
(Diamond Films/Divulgação)
Eu sou um pouco suspeito para falar de musicais, pois normalmente eu gosto bastante, principalmente quando falamos de cinebiografias, que tendem a trazer as músicas de uma maneira mais aceitável com a história.
E neste caso não poderia ser diferente, Better Man: A História de Robbie Williams como o nome explica, conta a história de Robbie Williams, desde sua infância, passando pela Boy Band Take That, sua carreira solo e seus problemas com as drogas e bebida, trazendo um recorte bastante completo da vida e personalidade deste cara que poder ser chamado de qualquer coisa, menos de monótono e clichê.
E como se a vida de Robbie já não fosse o suficiente para chamar a atenção do público, o filme traz como protagonista um chipanzé, que representa o próprio Robbie Williams, trazendo um tom lúdico e alucinado que combina demais com a história.
Falar que a trilha sonora desse filme é maravilhosa é chover no molhado, pois como o tema sugere, estamos falando das músicas de Robbie, e se tem uma coisa que esse cara tem é música boa, então não vou perder muito tempo falando sobre esse tema.
A história é muito interessante e não passa pano em nada sobre a vida do personagem título, mostrando todas as idiotices que ele fez em sua trajetória, a maneira terrível como tratava as pessoas a sua volta, o abuso das drogas e da bebida e sua obsessão quase que doentia com o sucesso e a fama, mas não é só sobre seus problemas que o filme fala, ele também aborda diversas questões pessoais e problemáticas de sua personalidade, criação e carreira, meio que mostrando as origens de suas atitudes e ações, mas nunca tentando justificar uma coisa com a outra, isso cabe a você que está assistindo ao filme.
Confesso que não conhecia muito do início de carreira de Robbie e nem sobre as questões familiares que ele carregava, mas assistindo ao longa fiquei muito mais interessado sobre essa parte da vida do personagem do que a parte celebridade, e isso é um ponto extremamente positivo do longa.
Talvez você esteja se perguntando se é estranho ter um macaco como protagonista do filme, afinal estamos falando de uma cinebiografia. Mas não, não é estranho, acredito até que ajude a entrar mais na história, pois logo de cara você entende que tecnicamente ele não é um macaco, pelo menos não para as pessoas do filme, ele simplesmente é o Robbie Williams, e isso não é pauta em momento algum dentro do filme, fazendo uma comparação meio aleatória, seria como se tivéssemos um ator interpretando o personagem, e não a pessoa de verdade.
Cheguei a cabine de imprensa sem altas expectativas, mas com uma vontade grande de gostar da história e da maneira que fossem mesclar as músicas, e sai extremamente satisfeito, gostando muito mais do que achei que fosse, sem mencionar a qualidade do CGI que é excelente, fora a qualidade do Som, que é surreal, então eu recomendo de verdade que assista a este filme nos cinemas, mesmo que você corra o risco de sair da sessão querendo ouvir as músicas do filme, pois foi exatamente o que aconteceu comigo.
Antes de encerrar eu gostaria de fazer uma pequena observação, o diretor deste filme não é ninguém mais, ninguém menos que Michael Gracey que simplesmente foi o diretor de O Rei do Show, que eu considero um dos melhores musicais que eu já assisti, e como se não fosse o suficiente, Gracey trabalhou como produtor em Rocketman que provavelmente é uma das melhores cinebiografias que eu já assisti.
Gustavo Pestana

(Diamond Films/Divulgação)
Agora que você fica com a análise do Fagner Ferreira.
As cinebiografias estão em alta em Hollywood. Elvis, Bob Marley, Aretha Franklin, Bob Dylan e Amy Winehouse são alguns dos artistas recentemente retratados no cinema. Better Man: A História de Robbie Williams chega às telonas trazendo não apenas um drama envolvente, mas também uma nova abordagem para contar essas histórias de vida, sem recorrer a idealizações que endeusam o protagonista.
O filme já se destaca por um conceito inusitado. A presença de um chimpanzé como peça central da trama, representando a transformação de Robbie Williams no artista irreverente que conquistou o mundo.
O diretor Michael Gracey, responsável pelo excelente O Rei do Show, embarca nessa jornada ousada e transforma o longa em um espetáculo visual que enfatiza os altos e baixos da vida do artista.
O carrossel de emoções é um dos grandes trunfos da obra, evidenciando que ser genuíno exige coragem para expor diferentes camadas de uma trajetória. A narrativa percorre desde a infância de Robbie, marcada pelo abandono do pai, passando pela adolescência, quando sonhava em se tornar um artista para deixar de ser um “ninguém”, até o auge da fama como um dos maiores nomes da música britânica.
Toda essa abordagem se destaca pelas escolhas certeiras de Michael Gracey e Robbie Williams na construção do roteiro.
Diferentemente de outros musicais, Better Man apresenta uma nova roupagem para as músicas de Robbie Williams, integrando-as com excelência às cenas.
Um dos momentos mais marcantes ocorre ao som de Rock DJ, cuja intensidade torna impossível ficar indiferente na poltrona. Os conflitos vividos durante a época do Take That também ganham destaque, sobretudo no desejo de Robbie de ir além do rótulo de integrante de uma boy band.
A trama ainda explora os desafios enfrentados com o alcoolismo e as drogas, reforçando a dicotomia entre o ícone Robbie Williams e a pessoa por trás da fama, Robert Peter Williams.
Better Man: A História de Robbie Williams enfrenta o mesmo desafio de Rocketman, ser um musical cinebiográfico que não recebe o devido reconhecimento em premiações, ao contrário de outras produções do gênero. No entanto, será lembrado como um filme corajoso, caótico e eloquente, que transmite com autenticidade a essência de Robbie Williams e toda a sua irreverência, emocionando até os momentos finais.
Fagner Ferreira

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