Crítica | Barbie
- Gustavo Pestana
- 22 de jul. de 2023
- 2 min de leitura
2023 | 1 h 54 min | Aventura – Comédia – Fantasia

(Warner Bros. Pictures/Divulgação)
“Barbie” é sem dúvidas um fenômeno, toda a multidão que está lotando os cinemas ao redor do mundo mostra o quão poderosa a marca é, mesmo tendo seu conceito um tanto criticado atualmente.
O longa traz uma história incrível, tratando de temas importantes, dando voz a boneca e questionando todo o seu conceito, traçando paralelos com o mundo real e utilizando o sarcasmo e humor a seu favor.
Se você está esperando um filme bobo, sobre uma personagem fútil e que não terá uma grande mensagem, você irá sair da sala do cinema assustado, pois o filme faz exatamente o contrário. Utilizando o conceito do que é a Barbie, comparando com o que é o papel da mulher no mundo real, criando inversões com o papel do Ken e do homem, trazendo discursos extremamente impactantes. Mas sempre de maneira simples e direta, não deixando margem para interpretações, entregando uma mensagem clara para todos os públicos, independente do gênero.
O fato do longa criticar de maneira bem-humorada esses conceitos, incluindo a própria Mattel, faz com que o filme mostre de maneira simples os arquétipos “prejudiciais” do mundo real em comparação ao mundo da Barbie.

(Warner Bros. Pictures/Divulgação)
Todo o debate sobre o papel de cada gênero, juntamente com o que significa ser uma Barbie e um Ken, faz com que o público se conecte com o longa, obviamente de essa percepção pode variar de acordo com sua percepção de mundo, mas no final, independentemente da maneira como irá acontecer, você será levado para o mesmo debate, e entenderá a mensagem da mesma maneira.
Todo o design de figurino e de produção é simplesmente espetacular, nos fazendo mergulhar neste mundo “perfeito” que representa todo um conceito “antiquado” do que significa a Barbie. Utilizando o próprio cenário como uma das metáforas, funcionando em alguns momentos do longa, reforçando ainda mais os temas e os conceitos que o filme aborda. Culminando em uma mensagem importantíssima, falando sobre conceitos que normalmente seriam delicados de se falar, como, por exemplo, o patriarcado, mas que aqui é tratado com um cuidado que eu nunca vi igual.
As atuações de Margot Robbie e Ryan Gosling são simplesmente absurdas, toda a entrega de ambos para expressar seus personagens e seus conceitos é surreal, abraçando seus papeis para nos entrega algo inimaginável. Os demais personagens também exercessem uma função essencial no longa, como, por exemplo, todas as versões de Ken e Barbie, dando destaque a Simu Liu que funciona como um “contraponto” para Gosling.

(Warner Bros. Pictures/Divulgação)
Todas as versões da Barbie fazem algo parecido com as do Ken em questão narrativa, exercendo uma diversidade essencial para demonstrar o conceito da boneca, embora algumas versões poderiam ter recebido um pouco mais de destaque.
Mas em meio a tantas bonecas, devo destacar America Ferrera e sua personagem humana (literalmente humana). Por ser a única “mulher” em grande parte do longa, ela tem um peso muito grande, onde o discurso mais impactante do filme vem dela, deixando todos os conceitos que vinham sendo trabalhados as claras.
A meu ver, “Barbie” faz um favor ao mundo, retratando assuntos importantes de maneira exemplar, e que com certeza é um dos (se não for o melhor) filme do ano.

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