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Crítica |Babygirl

  • Foto do escritor: Lobisomem Zumbi
    Lobisomem Zumbi
  • 6 de jan.
  • 4 min de leitura

2025 | 1 h 54 min | Suspense – Erótico


Essa crítica será um pouco diferente da convencional, desta vez teremos duas opiniões diferentes a respeito de Babygirl, mais especificamente as opiniões do Gustavo Pestana e do Fagner Ferreira, que tiveram visões diferentes a respeito do filme e que você pode conferir agora, começando pela opinião do nosso querido Gustavo Pestana


(Diamond Films/A24/Divulgação) 


Babygirl traz como base uma história de autodescoberta sexual, onde acompanhamos Romy (Nicole Kidman) entrando em um jogo perigoso de poder com seu estagiário Samuel (Harris Dickinson), onde ela é totalmente submissa às vontades dele, mas ser uma chefe bem sucedida de uma mega empresa de automação, mãe de duas filhas e esposa, faz com que essa relação proibida comesse a interferir demais em suas ações, culminando em quase perda de tudo o que realmente era concreto em sua vida.  

 

A maneira como o filme aborda o assunto é interessante, e a atuação de Kidman é muito boa, variando suas emoções e o poder, fazendo com que em momentos ela seja uma personagem forte e determinada e no outro uma personagem quebrada e completamente dependente.  

 

Mas a montagem do filme e as cenas muito apelativas não me deixaram conectar completamente com o filme, toda a estranheza da montagem que tinha como objetivo trazer essa confusão e a sensação de perigo que a personagem corre o tempo todo funciona no conceito, mas, na prática, só trouxe cenas cortadas pelo meio e falta de contexto em transições de assunto.  

 

O apelo sexual do filme é algo muito importante para a narrativa, e entendo o porquê está tão presente, mas a maneira como elas foram feitas e colocadas não me agradaram muito, me dando a sensação de que foram apelativas demais, e isso me desconectou um pouco da narrativa central do filme, tento momentos que me davam a sensação de que a história era um pretexto para ter essas cenas.  

 

Os personagens de apoio são interessantes, Jacob (Antonio Banderas) o marido de Romy e Esme (Sophie Wilde) a braço direito de Kidman na empresa, trazem um dinamismo para a situação da personagem um tanto interessante, um no âmbito familiar e outro no empresarial, mostrando os riscos e o que estava em jogo para Romy, sendo feita de maneira muito prática e bem representada.  

 

Mas novamente, a montagem atrapalha a mensagem do longa, e a alta exposição e o apelo sexual exacerbado tiraram meu foco da excelente premissa que o filme tinha, e por isso não saí tão satisfeito do longa como achei que fosse. 

Gustavo Pestana

Nota

(Diamond Films/A24/Divulgação) 


Agora você confere a opinião do nosso querido crítico Fagner Ferreira

 

Halina Reijn vem trilhando seu caminho dentro de Hollywood. O elogiado Morte, Morte, Morte pela crítica especializada chamou a atenção. Em seu novo trabalho, Halina chega com uma história que promete alcançar um outro patamar dentro da indústria cinematográfica dentro de um gênero que é pouco usado com inteligência.  

 

Em Babygirl, Romy (Nicole Kidman) é uma mulher bastante respeitada em seu lado profissional, uma CEO de uma importante empresa de robôs e inteligência artificial. Mãe e esposa bastante dedicada, ela consegue conciliar trabalho e vida pessoal de modo bastante orgânico, sem as correrias extremas do cotidiano. Diante de um novo grupo de estagiários que ingressam na empresa, ela conhece Samuel (Harris Dickinson), um jovem que está atrás de uma oportunidade dentro da empresa. O encontro dessas duas personalidades distintas irá se cruzar repetidamente dentro do ambiente de trabalho, mas o que isso irá desencadear pode deixar Romy em uma posição bastante vulnerável.  

 

Com esse perigo sempre presente, Halina é extremamente categórica em separar duas esferas de uma mesma personagem sem tumultuar a história até o ponto da problemática. A primeira cena do filme já nos introduz qual a situação de vivência que Romy está passando em sua fase sexual. Ela precisa mais do que o básico, sente a necessidade de um rumo diferente e aí que entra Samuel, uma pessoa bastante intrigante e charmosa ao ponto de desestabilizar Romy com sua submissão. Quando somente os dois estão em tela, sentimos a liberdade e o desejo que a personagem de Nicole Kidman necessitava, sempre com o perigo andando ao lado, o que fazia parte desse clima.  

 

É nesse paralelo de mundos que ela vai se envolvendo ainda mais com Samuel e seu estilo de vida. Ela aceita ser a “dogplay” dele, destoando daquela mulher madura e empoderada que apresenta ser no profissional. Conforme esse laço vai se estreitando, a sua vida pessoal começa a correr.  

 

Nicole Kidman brilha na pele de Romy em um dos papéis mais ousados de sua carreira. Seu trabalho corporal é mais exigido em alguns momentos, em outros somente o olhar e algumas palavras mostram o quilate de sua personagem, uma profusão de emoções que são transparecidas em nenhum tipo de exagero, dosando com excelência as duas personalidades sem perder a sua realeza. Harris também demonstra suas qualidades, tendo uma conexão fantástica nas cenas com Kidman que só funcionariam nesse aspecto, no mais seria sem lógica.  

 

Babygirl é a procura da libertação do monótono com suas camadas no erotismo que podiam cair nas mesmices de outros filmes do gênero, desqualificando a verdadeira identidade da obra. É intenso, gostoso, sem vulgaridade e com uma história que vai cativar os que estão sempre em constante evolução e fazer uma reflexão sobre aproveitar as oportunidades da vida. 

Fagner Ferreira 

Nota

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