Crítica | As Marvels
- Gustavo Pestana
- 10 de nov. de 2023
- 3 min de leitura
2023 | 1 h 45 min | Ação – Aventura – Fantasia

(Walt Disney Studios/Divulgação)
Unindo Carol Danvers (Brie Larson), Monica Rambeau (Teyonah Parris) e Kamala Khan (Iman Vellani), “As Marvels” apresenta uma história baseada na dor de Dar-Benn (Zawe Ashton), e o passado nebuloso de Carol, se apoiando na nova dinâmica do trio principal, criando uma leveza e simplicidade que é o ponto alto do longa, mas que infelizmente é ofuscado pela vilã rasa e a confusão da edição, apresentando uma história com pouca emoção e velocidade desnecessária, fazendo com que tudo fique sem profundidade e levemente cansativo.
Nem mesmo o carisma de Iman Vellani como Ms. Marvel foi capaz de sobrepor as dificuldades narrativas apresentadas no longa, mesmo que ela seja uma das melhores coisas do filme, suas interações com Brie Larson (Carol Danvers) e Teyonah Parris (Monica Rambeau) é realmente muito boa de se assistir, a nova dinâmica, e as características de cada personagem fazem com que sempre seja muito divertida ver as três interagindo, sejam em diálogos ou combate.
O passado de cada uma do trio faz com que tenhamos momentos únicos de interações, por exemplo, o passado de Carol com Monica, onde elementos até então desconhecidos da história são apresentados, fazendo com que elas se entendam, a fim de que ambas possam trabalhar em harmonia para combater Dar-Benn.

(Walt Disney Studios/Divulgação)
Mas como mencionado anteriormente, a edição e o roteiro fazem com que este elemento seja resolvido muito rápido, dando a sensação de que coisas foram cortadas, ou que o roteiro precisava resolver este ponto o mais rápido possível para que a história andasse, independente de qual seja a justificativa, faz com que o longa vá perdendo pontos.
O mesmo acontece na interação entre Dar-Benn e Carol e Dar-Benn e Kamala, onde a ligação entre Dar-Benn e Carol é muito pouco trabalhada e passa muito rápido, e o mesmo em relação aos braceletes de Kamala, tornando tudo muito veloz e sem profundidade.
Como Dar-Benn é a única personagem sem um passado para que possamos nos apoiar, e isso a torna fraca, sem ligação com o público, mesmo que seus motivos sejam honestos e terem sentido, onde com um roteiro bem trabalhado, poderia se tornar uma personagem forte e com grande importância, já que seus pontos são um tanto quanto plausíveis, mas novamente a Marvel mostrou que desaprendeu a fazer bons antagonistas, e está focando somente na questão do humor e das cores, e esquecendo a história.

(Walt Disney Studios/Divulgação)
Mas nem tudo é fracasso e decepção, as cenas de ação, por exemplo, são muito interessantes e estimulantes, principalmente a primeira cena.
A dinâmica de troca de lugar, quando os poderes são usados simultaneamente, cria situações que mostram o quão desafiador foi coreografar tais cenas, entregando um trabalho de qualidade e que empolga o público, mesmo que com o tempo elas vão diminuindo.
Outro ponto positivo é a linha narrativa no sentido de história, embora tenha reclamado deste ponto anteriormente, aqui quero me referir à escolha da história para as personagens.
Embora seja uma missão importante, é uma missão simples, o que é um grande ponto positivo para o filme, afinal teríamos que balancear de alguma forma essas três personagens, para que pudessem funcionar dentro de um contexto de combate.

(Walt Disney Studios/Divulgação)
Afinal, como iriamos comparar Carol Danvers que possui um dos maiores poderes do MCU, com Kamala Khan, que até ontem não tinha poderes e toda a sua experiência vem de proteger o seu bairro e Monica Rambeau, que até onde sabemos, só tem as habilidades de combate fornecidas pela E.S.P.A.D.A., e não lida muito bem com suas habilidades sobre-humanas.
Mas é justamente neste ponto que volto a falar da velocidade dos acontecimentos, rapidamente elas se entendem individualmente e em grupo, aprendem a lutar trocando de lugar, sabem usar seus poderes de maneira absurda e possuem uma facilidade em absorver a quantidade inimaginável de novas informações que a todo momento é jogada para elas.
E o mesmo acontece com Fury (Samuel L. Jackson) e a família de Kamala, que também evoluem em velocidade absurda e faz com que tudo seja tranquilo e fácil de entender, afinal, quem acharia estranho ter sua filha trocando de lugar com outras pessoas, ir para uma estação espacial, dar de cara com outras seres entre outros acontecimentos que não vem ao caso no momento.

(Walt Disney Studios/Divulgação)
Mas mesmo com esse problema principal, o longa ainda se mostra uma produção divertida, fazendo com que ela se salve um pouco, estando ali no meio dentre o ranking dos filmes do MCU.
Não se mostrando o fracasso total que o público esperava, mas também não chega a ser uma maravilha, tendo fortes problemas em sua execução e narrativa, mas que, de maneira geral, mantém o saldo positivo.
OBS: Não mencionei a cena final e nem a pós-crédito, pois ambas revelariam spoilers muito grandes, mas fique ligado aqui no LZ que logo sairá conteúdo sobre ambos os temas.

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