Crítica | Arca de Noé
- Gustavo Pestana
- 4 de nov. de 2024
- 3 min de leitura
2024 | 1 h 36 min | Animação – Aventura – Musical
(Imagem Filmes/Videofilmes/Gullane/Globo Filmes/Telecine/Divulgação)
Aquela que vem sendo chamada de maior animação brasileira de todos os tempos traz para os cinemas uma adaptação das canções e poemas de Vinicius de Moraes, apresentando-as para um novo público e trazendo um senso de nostalgia para aqueles que conhecem as letras, e que com certeza vão querer cantar nos cinemas.
A história é simples e não exige muito do público, nela, somos apresentados a Tom (Marcelo Adnet), um guitarrista talentoso e pragmático, e Vini (Rodrigo Santoro), um poeta romântico e sonhador, uma dupla carismática e caótica de ratos. Que se deparam com um grande dilema, pois o grande dilúvio se aproxima e apenas um macho e uma fêmea de cada espécie são permitidos na Arca de Noé. Tom consegue entrar, mas Vini acaba ficando para fora e acaba contando com a ajuda de uma barata chamada Alfonso (Gregorio Duvivier) engenhosa e a boa sorte do destino para se juntar ao amigo.
Durante a viagem, brigas por território e alimentos se instauram, deixando os animais mais fortes contra os mais fracos, até que surge a ideia de um concurso de música para definir quem realmente vai comandar a Arca.
(Imagem Filmes/Videofilmes/Gullane/Globo Filmes/Telecine/Divulgação)
A partir dessa premissa, temos as belas canções de Vinicius de Moraes ilustrando o filme, trazendo todo o clima que é muito importante para a história.
O título de maior animação brasileira de todos os tempos vem do tamanho, importância e elenco envolvido no filme, a idealização do projeto partiu de Susana, filha de Vinicius de Moraes que sempre teve a vontade de trazer as canções de seu pai em filme, e quando o diretor Sérgio Machado ouviu a proposta do projeto, logo deu início a uma longa jornada para criar uma das maiores animações brasileiras já feitas.
O elenco do filme é simplesmente absurdo, Rodrigo Santoro (Vini), Marcelo Adnet (Tom), Alice Braga (Nina), Lázaro Ramos (Baruk), Gregorio Duvivier (Alfonso), Julio Andrade (Noé), Bruno Gagliasso (Andorinha Kilgore), Giovanna Ewbank (Serpente fêmea e AMY), Eduardo Sterblitch (Gorila e Pinguim), Ingrid Guimarães (Pomba Sônia), Heloisa Périssé (Furona), Marcelo Serrado (Elefante), Débora Nascimento (Baleia), Monica Iozzi (Hiena Fêmea), Larrisa Luz (Galinha d´Angola), Babu Santana (Hiena), Seu Jorge (Deus), Chico César (Bode), Russo Passapusso (cantando O Pato), Larissa Luz (cantando A Galinha D’Angola), Edvana Carvalho (Ruth), Laila Garin (Onça), Louise D’Tuani (Leoa), Guilherme Rodio (Bob, Bukovsky e Rinoceronte), Leandro Firmino (Zé Urso), Daniel Furlan (Pica Pau e Furão), Luis Miranda (Serpente macho, Sheyla, Corsa, Texugo), Adriana Calcanhotto (cantando A Corujinha) entre outros nomes.
(Imagem Filmes/Videofilmes/Gullane/Globo Filmes/Telecine/Divulgação)
Embora o filme tenha uma certa nostalgia já que temos as músicas de Vinicius de Moraes como fio condutor, o foco é o público infantil, e neste ponto o filme é muito interessante, os pontos de humor são muito claros e a localização para o presente é muito boa, mesmo que a maioria das piadas tenha um certo aspecto de piada ruim, mas a maneira que elas acontecem acredito que irá fazer as crianças se divertirem.
Mas nem tudo são flores, e existe uma barriga no filme, basicamente do momento em que os animais entram na arca até começar o concurso em si, fazendo a história perder força e ficar um tanto quanto cansativa, mas nada que realmente estrague o filme.
Arca de Noé é um filme divertido e muito bem produzido, a animação é um espetáculo e a trilha sonora nem se fala, o elenco é absurdo e a representatividade do cinema nacional nessa produção é incrível, então se você gosta de animação ou tem criança na família, vá assistir a este filme nos cinemas, pois além de assistir uma história leve e divertida, irá apoiar a criação de mais projetos nacionais deste tipo além de se deliciar com um filme muito bem estruturado a partir das músicas de Vinicius de Moraes.

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