Crítica | Aquaman 2: O Reino Perdido
- Gustavo Pestana
- 21 de dez. de 2023
- 4 min de leitura
2023 | 2 h 4 min | Ação – Aventura – Fantasia

(Warner Bros. Pictures/Divulgação)
O último longa do DCEU (Universo Cinematográfico Estendido da DC) que iniciou em “O Homem de Aço” (2013) chegou a seu fim em “Aquaman 2: O Reino Perdido”, trazendo de volta Jason Momoa, Patrick Wilson, Yahya Abdul-Mateen II, James Wan e companhia para os mares de Atlântida uma última vez.
Apresentando uma história simples, que chega a ser previsível, com uma narrativa similar a trezentos outros filmes, mas que de certa forma funciona muito bem no contexto atual em que estamos, onde o fim da era Snyder e início da era Gunn é um fator decisivo, os problemas pessoais de Amber Heard que acabaram respingando na produção entre outros fatores externos, que acabam afetando a produção de alguma forma.
Seja por rumores maldosos, ou desinteresse já que a franquia terminou, ou pela leva de filmes ruins que a DC tem apresentado ao público nos últimos anos, fazendo com que a expectativa de quem realmente gosta do personagem e do primeiro longa fique abalada.

(Warner Bros. Pictures/Divulgação)
Tendo dito isso, devo confessar que sai surpreendido da sessão, mesmo que eu reconheça que o filme não é grande coisa e que se estivéssemos em um período normal de filmes de super-heróis, ele com certeza seria um filme fraco, mas, ao mesmo tempo, ele não teria passado por todos os problemas citados anteriormente, e provavelmente seria diferente também.
A história apresenta Arthur (Momoa) lidando com diversas responsabilidades como governar uma nação cujo Conselho o detesta e dificulta cada uma de suas ações, ele e Mera (Amber Heard) tiveram um filho, e para piorar a situação, seu inimigo de longa data Arraia Negra (Yahya Abdul-Mateen II) voltou mais vingativo e poderoso, mas agora dono de um tridente amaldiçoado e um exército particular.
E por isso ele é obrigado a recorrer a seu irmão Orm (Patrick Wilson), que tem um maior conhecimento dos oceanos e do próprio Arraia Negra, já que trabalharam juntos no primeiro longa.

(Warner Bros. Pictures/Divulgação)
Com essa breve sinopse é possível deduzir o longa por completo, mas, a meu ver, isso não torna o filme ruim, eu não tenho a necessidade de toda vez que eu vá assistir a um filme, (principalmente deste gênero em específico) saia da sala de cinema impactado com a história inovadora e surpreendente, tem filmes que eu só quero me divertir e me aventurar em um lugar novo e inacessível, e é exatamente isso que o primeiro Aquaman me entrega e este faz igual.
Toda a parte da aventura é muito interessante, todo o descobrimento do novo mundo, as criaturas que vão aparecendo no caminho e principalmente a relação entre Momoa e Wilson é ótima de se assistir, mesmo que Momoa não esteja em sua máxima inspiração, mas nos momentos cruciais onde ele precisa demostrar intensidade ele manda bem, além obvio do carisma magistral que esta presenta no filme inteiro.
Wilson também é um grande destaque neste longa, apresentando uma nova faceta de seu personagem Orm, embora ele continue sendo o mesmo personagem, ele evolui durante o longa e termina como uma pessoa mais palatável, chegando a ter uma relação boa com seu irmão, como já dito anteriormente, é um caminho comum de roteiro, mas que não estraga o filme.

(Warner Bros. Pictures/Divulgação)
Falando um pouco da parte técnica do projeto, acredito que James Wan esteve mais solto neste longa, onde conseguiu entregar mais criaturas diferenciadas, seguindo uma pegada “Star Wars”, além do óbvio estilo do terror que é seu carro chefe. Entregando momentos tensos e criaturas “assustadoras” (dentro do possível para a classificação do longa), de maneira mais contundente que no primeiro longa.
A montagem e a direção também são melhores do que o longa anterior, tendo aqui mais dinamismo e precisão, mesmo que o enredo não ajude, dando a sensação de cansativo, já que temos uma boa noção do que acontecerá e em praticamente todos os momentos estamos certos.
Falando das suposições e teorias que rondavam o longa, Amber Heard está presente sim no longa, embora em vários momentos ela claramente deveria fazer parte da história, mas foi cortada devido aos problemas pessoais recentes.

(Warner Bros. Pictures/Divulgação)
Não consigo cravar em qual momento teríamos a participação de Ben Affleck como Batman, mas provavelmente ela seria no final do longa, em uma cena em especial que não entrarei em detalhes para não dar spoilers, mas também temos a opção de ser uma cena completamente nova, que foi totalmente cortada do filme, mas o ponto é, no que foi apresentado, o Batman não fez nenhuma falta.
O longa é realmente focado na relação entre os irmãos, e neste quesito não termos a Mera em foco é essencial, a relação que começa com um obstáculo causado pelos acontecimentos do longa anterior vai amadurecendo e se tornando algo que foi plantado no longa anterior, além da química da nova dupla ser ótima, trazendo uma nova dinâmica ao projeto que me agradou muito mais do que a que tínhamos entre Arthur e Mera no anterior.
Concluindo esta análise de “Aquaman 2: O Reino Perdido”, devo ressaltar a experiência que tive com o longa, pois acredito que grande parte da avaliação se o projeto é bom ou não vem das sensações que ele nos desperta, obviamente a parte técnica também conta, mas existem pessoas diferentes neste pondo devido à proposta apresentada e a entregue.

(Warner Bros. Pictures/Divulgação)
Com isso “Aquaman 2: O Reino Perdido” se demostrou um bom filme, me surpreendendo e me divertindo, “encerrando” o arco do personagem de maneira satisfatória, dando uma conclusão para o embate entre ele e o Arraia Negra, resolvendo todas as questões familiares e dando uma visão diferente a ele próprio de seu trabalho com Rei, deixando tudo resolvido na conclusão do longa, sem deixar um gostinho de faltou algo.
Obviamente é possível continuar essa história, mas como sabemos que não deve acontecer, ele se torna uma conclusão para essa grande história em dois atos, que tiveram algumas breves histórias no caminho, deixando o público contente por este longa não ser uma bomba como os demais filmes do estúdio tem sido.
Bônus: O longa possui uma cena pós-crédito que é somente uma piada, mas vale a pena assistir.
Ele também não faz nenhuma referência ao fim do DCEU e muito menos a outros personagens da DC, sendo completamente contido a seu universo próprio, da maneira que deveria ser, então se está com expectativas deste longa explicar algo de outras produções, ficará decepcionado.

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