Crítica | Acompanhante Perfeita
- Fagner Ferreira
- 5 de fev.
- 3 min de leitura
2025 | 1 h 37 min | Ficção científica – Suspense
(Warner Bros. Pictures/Divulgação)
A inteligência artificial vai ser mais recorrendo que nunca na indústria cinematográfica, seja ela de forma positiva em ser mais um denominador em dar suporte nas finalizações ou até mesmo negativamente em poder melhorar o uso da ferramenta sem exageros exacerbados. Quando convém é um meio necessário, por outro lado, as discussões acaloradas sobre o assunto vão andar paralelamente com o manuseio em constante evolução.
Tratando-se como uso de artifício dramático, a inteligência artificial em sua esfera mais “humanizada” nos rende bons filmes que mexem com o intelecto. É possível que as máquinas possam se rebelar algum dia? Será que eles terão autonomia e pensamentos como nós? Exemplos não faltam, como em Eu, Robô, Ex Machina, M3gan e por aí vai.
Acompanhante Perfeita é mais um que utiliza esse processo em um dos seus personagens, alimentando a centralidade de emergência sobre o assunto da forma mais “convencional”. Dependendo do roteiro, as divisões escalonadas geram derivadas emoções para o uso do artifício.
(Warner Bros. Pictures/Divulgação)
Aqui, temos não só uma inteligência, mas um modo de pensamento dessa utilização irrefutável. Sophie Thatcher é Iris, uma robô programada para ser apaixonada obsessivamente por seu companheiro Josh (Jack Quaid).
Em um final de semana com algumas pessoas mais próximas e íntimas, Iris, até então, pensava ser uma humana até que mata Sergey (Rupert Friend), dono da mansão de férias após um episódio de assédio sexual. A partir deste ato, tudo começa a seguir o processo natural das coisas, até o momento em que descobre, de fato, que Iris é apenas um robô e foi isca para cometer tal assassinato, já que ocultamente o desejo dos forasteiros era apenas o dinheiro de Sergey.
E olha que isso tudo não é nenhum “spoiler”, afinal de contas o marketing do filme parece ter feito questão de contar absolutamente tudo de interessante no trailer veiculado, uma escolha totalmente medíocre que culmina em zero surpresas quando se assiste.
(Warner Bros. Pictures/Divulgação)
Se, no fundo, o argumento foi demonstrar o poder da sociedade machista sobre as mulheres (ou até mesmo companheiros de mesmo sexo), a abordagem é interessante com uma construção elaborada sobre o tema. O método em usar a ferramenta da inteligência em ser aquilo que você deseja mostrar que suprir as verdadeiras emoções naturais por sentimentos criados é um assunto que pode se tornar polêmico, não que atualmente celulares, videogames e internet já fazem, mas por um companheirismo fiel.
O uso do terror psicológico, que vem sendo um dos grandes “queridinhos” dentro do gênero, é perturbador ao fato de uma inteligência artificial ter suas emoções e poder ganhar uma autonomia conforme os humanos moldam o uso de robôs. Iris acredita ser uma pessoa próxima dos humanos e é um ponto em que a trama trabalha bem nos dois atos finais. Toda a atmosfera criada a partir do momento fatídico constrói a transformação de Thatcher que suas ações parecem não caber julgamento e uma máquina construída para algo emocional e que no final vê esse sentimento ter uma emoção menor dentro de si.
Acompanhante Perfeita se mostra mais do que realmente é. Surpreendente com a sua narrativa e as escolhas que vão gerando esse suspense em forma de terror, a trama busca trazer algo para discussão, mostra o que pode ser um alerta e diverte entre a melancolia da violência, humor ácido e romance, um verdadeiro deleite ao público.

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