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Crítica | A Vida de Chuck

  • Foto do escritor: Gustavo Pestana
    Gustavo Pestana
  • 14 de set.
  • 3 min de leitura

2025 | 1 h 51 min | Drama – Fantasia – Ficção científica

(Diamond Films/Divulgação) 


Mais uma adaptação de Stephen King chega às telonas. Dessa vez, Mike Flanagan, nos apresenta com A Vida de Chuck, um conto retirado do livro Com Sangue. O longa mergulha na trajetória de Chuck Krantz, explorando sua vida de maneira enigmática e surpreendente. 

 

Nesta crítica, minha intenção é preservar ao máximo a experiência de quem ainda vai assistir ao filme. Apesar de ser difícil falar de A Vida de Chuck sem tocar em pontos que podem ser considerados pequenos spoilers, nada do que será dito aqui compromete a jornada do espectador. No máximo, ajudará a encarar a narrativa com outros olhos, sem diminuir a emoção da descoberta. 

 

Mike Flanagan estrutura o longa em três atos não convencionais, começando pelo terceiro ato e finalizando no primeiro, onde cada parte é independente, mas se conecta a um todo maior, rico em metáforas e camadas narrativas. Essa construção ousada transforma o filme em algo que vai além de uma história linear sendo uma experiência cinematográfica diferente da convencional. 

A Vida de Chuck (Diamond Films/Divulgação)

(Diamond Films/Divulgação) 


O primeiro contato do público é com uma ficção científica intrigante, onde o mundo enfrenta o colapso. Nesse cenário, surge a figura de Chuck Krantz, estampado em outdoors, murais, TV, e basicamente todos os lugares imagináveis, tendo mensagens de agradecimento por toda a parte que espalham sua importância neste mundo, mas nunca contando o que ele fez para ter essa importância. 

 

Acompanhamos a perspectiva de Marty Anderson (Chiwetel Ejiofor), personagem que, assim como o espectador, tenta decifrar quem é Chuck e por que ele parece ser central em meio ao caos, isso tudo em meio a se reconciliar com sua amada Felicia Gordon (Karen Gillan) que por sua vez, também não faz ideia de quem seja Chuck e o que realmente está acontecendo com o mundo. Essa parte é confusa, criativa e propositalmente surreal, revelando seu real significado apenas quando entendemos a história de sua terceira parte, o primeiro ato. 

 

No segundo ato, o tom muda radicalmente. Agora, acompanhamos o próprio Chuck (Tom Hiddleston) em um ambiente mais alegre e emocional. O mistério dá lugar a momentos contemplativos, incluindo uma longa e impactante cena musical que, além de impressionar, se torna essencial para compreender a essência da história, mas que só se tornaria clara no ato seguinte. 

A Vida de Chuck (Diamond Films/Divulgação)

(Diamond Films/Divulgação) 


Já no primeiro ato, que, dentro da estrutura, funciona como o início da vida de Chuck, o filme abandona parte do surrealismo e apresenta sua face mais humana. Aqui conhecemos sua família, suas origens e os sentimentos que definem sua trajetória. É nesse momento que brilham atuações marcantes de Benjamin Pajak, Jacob Tremblay e Mark Hamill, responsáveis por entregar camadas emocionais que elevam o impacto da obra e nos fazem enteder tudo o que vimos até o momento. 

 

A Vida de Chuck vai além de uma história, é uma reflexão sobre o que significa existir e viver. Utilizando metáforas visuais e um toque de fantasia, Flanagan constrói um filme que emociona tanto pela força da narrativa quanto pela sensibilidade de suas interpretações. 

 

Um detalhe curioso é que, embora Tom Hiddleston seja o grande rosto do material de divulgação, sua presença em cena é limitada. Ele brilha no segundo ato, mas grande parte da história se desenrola sem sua presença, provando que a obra é diferente do que temos normalmente. 

A Vida de Chuck (Diamond Films/Divulgação)

(Diamond Films/Divulgação) 


Como essa é uma obra de Stephen King, minhas expectativas eram altas, e mesmo sem ter lido esse conto específico a expectativa era alta, e o resultado não decepciona. O filme é ousado, emocionante e digno do reconhecimento que recebeu ao conquistar o People’s Choice Award no Festival Internacional de Cinema de Toronto (TIFF) em 2024. 

 

A Vida de Chuck é daqueles filmes que ficam na mente dias após a sessão. Mais do que uma história, é uma experiência sobre a vida, a morte e a beleza que existe em cada instante, trazendo questionamentos sobre aproveitar a vida e em o que é a vida, sem contar que temos excelentes atuações e uma história muito interessante, que vale a pena ser assistido por todos, mesmo que eu saiba que ele não será um grande sucesso de público, e que provavelmente irá agradar a uma pequena parcela do público geral. 

Nota

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