Crítica | A Lenda de Candyman
- Fagner Ferreira
- 26 de ago. de 2021
- 2 min de leitura
2021 | 1 h 31 min | Terror – Suspense

(Universal Pictures/Divulgação)
Anthony McCoy (Yahia Abdul Mateen II), um pintor que está buscando um novo propósito para sua arte, se muda para Cabrini Green com sua namorada Brianna (Teyonah Parris), diretora de uma galeria de arte. Ao saber da existência de uma lenda urbana sobre o Candyman, McCoy fica fissurado e começa a pesquisar sobre o assunto, porém algo irá mudar seu destino.
Ignorando as sequências provenientes do filme original de 1992, “O Mistério de Candyman”, a nova leitura tem Jordan Peele como produtor e roteirista e direção de Nia DaCosta. “A Lenda de Candyman” é mais emergencial do que imaginávamos em um filme desse gênero. Trazendo a essência do personagem e não desmistificando a figura central da trama, DaCosta implementa sua visão categoricamente em sua abordagem deixando o slasher de lado e abraçando mais o terror amargo e frio, mas que necessária nos conflitos sociopolíticas atualmente mudando pontualmente alguns aspectos.

(Universal Pictures/Divulgação)
Com um visual de cores densas e azuladas na maioria da sua parte, “A Lenda de Candyman” é visceral nas suas proporções. Temos suspense, horror, jumpscares e mortes devidamente encaixados por DaCosta que ousa na sua trama com um belíssimo trabalho estético, seja pela fotografia, pela excelente escolha palheta de cores, seja por dar um novo significado para Candyman, um verdadeiro espetáculo de direção.
Quase todo o elenco principal do filme tem seus momentos de brilhar, mas é Mateen II que realmente rouba a cena com o desenvolvimento de sua persona, encarando os fatos e as verdades que serão apresentadas ao longo do filme, uma atuação exuberante do ator. Outro grande acerto do filme é a introdução do “vilão” por meio de reflexos, causando mais suspense e impacto nas cenas do que os vilões convencionais do gênero.
“A Lenda de Candyman” é uma nova leitura necessária para os dias atuais, uma importante mensagem sociopolítica reflexiva que mostra o quanto o racismo estrutural ainda permeia em nossa sociedade, onde as marcas da violência são cruéis nos mais oprimidos.

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