Crítica | Turma da Mônica Jovem: Reflexos do Medo
- Gustavo Pestana
- 17 de jan. de 2024
- 3 min de leitura
2024 | 1 h 28 min | Aventura – Fantasia
[ ATENÇÃO ESTA CRÍTICA CONTÉM SPOILERS ]

(Imagem Filmes/Divulgação)
“Turma da Mônica Jovem: Reflexos do Medo” apresenta uma história repleta de mistério e magia, como já foi apresentado nos trailers e no material promocional do filme, mas diferente dos dois longas anteriores da turma do limoeiro, este longa não consegue cativar o público, empolgar com sua história e muito menos passar a sensação de perigo e mistério que supostamente seria o seu diferencial.
Começando a falar pelo elenco principal, não consigo ver uma justificativa válida para a troca dos atores, já que nenhum deles tem o mínimo de carisma, principalmente comparado ao elenco infantil dos longas anteriores, que tem uma idade muito próxima dos personagens deste filme.
Embora o elenco tenha uma pegada mais adolescente do que os atores do longa anterior, sua falta de carisma atrapalha no desenvolvimento da trama, principalmente Sophia Valverde que não me convenceu em nenhum momento que é a Mônica, Bianca Paiva como Magali também ficou aquém do que deveria, já que a personagem tem um certo destaque neste projeto, pois envolve magia e ela é a ligação com essa parte da história.
O Cebola vivido por Xande Valois e o Cascão vivido por Theo Salomão também ficam abaixo do esperado, mas talvez pela baixa importância para a movimentação da história, ou por terem momentos levemente engraçados, foram os personagens que mais se assemelham a suas contrapartes dos quadrinhos/mangás.

(Imagem Filmes/Divulgação)
Falando da história em si, ela não é nada que realmente iria movimentar a estrutura do cinema, como de esperado, mas devo admitir que fiquei um tanto decepcionado com o que foi entregue no longa, os dois primeiros terços se mostraram um tanto quanto cansativos e arrastados, mas mesmo assim fazia sentido com a estrutura e o clima que estava sendo criado e por isso se tornam interessantes.
Algo com uma pegada “Scooby-Doo”, onde o grupo investiga um mistério da maneira mais aleatória possível e vai juntando pistas, enquanto um “Monstro” os persegue, mesmo que seja de maneira galhofa, sendo talvez a melhor dinâmica entre o mistério e um filme infanto juvenil, que consiga captar uma vasta fachearia e tenha o mínimo de aventura.
Mas quando adentramos o terceiro ato, o filme me perdeu completamente.
A inserção dos elementos mágicos é terrível e a maneira com que os eventos são desdobrados vai caindo de qualidade de maneira vertiginosa, lembrando que em nenhum momento estivemos em um ápice de qualidade, então essa queda já começa de um ponto preocupante, culminando em um show de atrocidades e clichês sem alma e sem carisma, fazendo o pouco que o longa construiu ser jogado fora.
Este ponto vai ao encontro do primeiro tópico que listei nesta resenha, que é a terrível Mônica apresentada pela Sophia Valverde e a Magali fraca apresentada pela Bianca Paiva, deixando tudo corrido e sem profundidade, acabando da mesma maneira que começou, sem um sentido e repentino.

(Imagem Filmes/Divulgação)
Mas nem tudo é reclamação, existem pontos positivos no longa, como o bairro do limoeiro em si, que está repleto de referências ao universo criado pelo Mauricio de Sousa e situações que remetem diretamente a primeira fase da “Turma da Mônica Jovem” nos quadrinhos/mangás, fazendo com que quem leu fique no mínimo empolgado.
Infelizmente o longa não vai muito, além disso, deixando a história se perder em meio a um turbilhão de fracas atuações e situações mal escritas, com uma montagem estranha que passa de um momento para outro de maneira abrupta, deixando a percepção de tempo confusa, acelerando de maneira desnecessária a história.
Mas como estamos falando da “Turma da Mônica”, sempre vai existir aquela pequena parte que fica contente em ver os personagens na telona, e só nos resta esperar que eles melhorem como um todo para o segundo filme, já que o gancho deixado é muito interessante e pode explorar um pouco mais a fundo umas das partes que, a meu ver, não foi tão ruim assim neste projeto.

コメント