Crítica | Superman
- Gustavo Pestana

- 10 de jul.
- 3 min de leitura
2025 | 2 h 9 min | Ação – Aventura – Ficção científica
(Warner Bros. Pictures/DC Studios/Divulgação)
Superman, dirigido por James Gunn, finalmente chegou aos cinemas, e já adianto: trata-se de um excelente filme de super-herói, que resgata com maestria a essência do personagem e inaugura, com força e identidade, um universo que promete ser grandioso tanto em escala quanto em qualidade.
Após assumir o comando do DC Studios ao lado de Peter Safran, Gunn escolheu Superman como seu projeto inaugural no DCU (DC Universe), ainda que Comando das Criaturas tenha estreado antes. E a escolha não poderia ter sido mais certeira.
O longa não apenas apresenta uma trama envolvente, que mergulha na personalidade, motivações e valores do Superman, como também constrói, com naturalidade, um mundo onde seres superpoderosos coexistem. Em equipe ou atuando individualmente, exatamente como um bom universo compartilhado deve ser.
(Warner Bros. Pictures/DC Studios/Divulgação)
Como fã de longa data da DC Comics, minha expectativa era altíssima. E, com isso, também vinha o receio de me decepcionar. Felizmente, o filme superou todas as minhas projeções, entregando uma história coesa, cheia de referências, participações especiais e momentos que me deixaram genuinamente empolgado.
A narrativa, embora simples em sua estrutura, é eficaz e inteligente. Sem revelar spoilers, o enredo gira em torno do eterno conflito entre Superman e Lex Luthor, explorando com uma certa profundidade a dualidade entre esses personagens, sendo o clássico embate que sempre esteve presente em sua relação.
A escolha do elenco não poderia ser mais assertiva. David Corenswet entrega um Superman/Clark Kent carismático, poderoso e repleto de esperança, mesmo que tenhamos vistos pouco de Clark kent. Rachel Brosnahan brilha como uma Lois Lane afiada, destemida e com uma química notável com Corenswet. Já Nicholas Hoult é de outro nível, entregando um Lex Luthor frio, calculista e absolutamente aterrador, oferecendo uma versão à altura do que o cinema precisava há tempos.
(Warner Bros. Pictures/DC Studios/Divulgação)
O elenco de apoio também merece reconhecimento: Edi Gathegi (Senhor Incrível), Nathan Fillion (Guy Gardner), Isabela Merced (Mulher-Gavião), Anthony Carrigan (Metamorfo), María Gabriela de Faría (A Engenheira), Sara Sampaio (Eve Teschmacher) e Skyler Gisondo (Jimmy Olsen) brilham mesmo com menos tempo de tela, despertando o desejo de vê-los novamente no futuro do DCU.
Visualmente, o filme é um verdadeiro tributo à Era de Ouro dos quadrinhos, com paleta vibrante, estética clássica e diversas homenagens ao Superman de Christopher Reeve e aos quadrinhos da época. Os fãs mais atentos também notarão pequenos acenos a Henry Cavill e ao trabalho de Zack Snyder, ainda que em proporção bem menor, uma forma respeitosa de reconhecer o legado do personagem nos cinemas.
E por falar nisso: se você espera algo similar ao Superman de Snyder, esqueça. O que James Gunn propõe aqui é o oposto. Ao invés do “deus distante”, temos um herói profundamente humano, empático e guiado pelo desejo sincero de proteger, sendo alguém que prioriza o bem-estar dos outros antes de si mesmo. Esse enfoque na compaixão e na humanidade do personagem é, para mim, essencial e acertadíssimo para o filme e para o DCU como um todo.
(Warner Bros. Pictures/DC Studios/Divulgação)
Isso não significa que o Superman de Cavill não tenha seu valor, ele apenas pertence a outra visão e contexto. Dentro das premissas deste novo universo, a abordagem de Gunn é mais condizente com a figura de esperança que o Superman sempre representou, pelo menos, representou para mim.
Um ponto que gerou polêmica entre parte do público é o fato de Superman “apanhar demais” durante o filme. Sim, ele realmente apanha bastante, mas isso tem um motivo narrativo claro. Além do fato de heróis invencíveis e sem vulnerabilidades tendem a se tornar entediantes. É importante notar que o único motivo dele “apanhar demais” é pela situação em que ele se encontra, já que em momento nenhum do filme ele está 100% de sua aptidão física e de saúde, fazendo com que ele fique “nerfado” temporariamente para este filme.
Nada impede que em outra aparição ele possa estar mais forte e mais invulnerável, ou mais fraco e vulnerável, tendo sempre a possibilidade real de uma derrota, fazendo o personagem ficar mais humano, e assim mais interessante (esse detalhe do roteiro em relação a força e invulnerabilidade do personagem é um dos elementos que me agradou bastante).
(Warner Bros. Pictures/DC Studios/Divulgação)
Em resumo: Superman é uma estreia poderosa para o novo DCU. O roteiro é bem amarrado, a direção tem identidade e o elenco é perfeito. Ter mais tempo de tela para o Planeta Diário ou para outros heróis seria interessante? Sim. Mas sacrificar a concisão e o ritmo em nome disso comprometeria demais a experiência, então espero ter oportunidades futuras para vermos esses elementos novamente.
Quando terminou a sessão estava genuinamente feliz com o que me foi apresentado, com a sensação de que, finalmente, temos um Superman que inspira e um universo que começa de uma forma que traz esperança de um futuro feliz.













































































Comentários