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Crítica | Predador: Terras Selvagens

  • Foto do escritor: Gustavo Pestana
    Gustavo Pestana
  • 21 de nov.
  • 3 min de leitura

2025 | 1 h 47 min | Ação – Aventura – Ficção científica – Suspense

(20th Century Studios/Divulgação)


O Predador está de volta aos cinemas. Desta vez, o ser mais temível do universo retorna em uma história que coloca o foco sobre ele, e não sobre suas presas. Predador: Terras Selvagens apresenta uma visão inédita dos Yautja, explorando aspectos como laços familiares, costumes e habilidades, em uma narrativa que quebra expectativas e pode dividir o público mais fiel à franquia. 

 

Diferente do tom sombrio e sanguinolento que marcou os filmes anteriores, este novo capítulo aposta em uma pegada de ação e aventura, deixando o terror de lado. A escolha reflete claramente o estilo Disney de contar histórias, transformando o personagem em algo mais acessível a novas gerações e ampliando o alcance nas bilheterias. O resultado é uma versão mais “família”, sem o medo característico, mas com um apelo emocional inédito. 

 

O protagonista, Dek, é um jovem Yautja constantemente humilhado por ser mais fraco e menos honrado que seu irmão Kwei. Após ser condenado à morte por seu próprio pai, Njohrr, ele decide provar seu valor caçando a criatura mais perigosa do universo, um ser que até os mais experientes temem enfrentar. A jornada de Dek é o coração do filme, marcada por autodescoberta, superação e amadurecimento. 

(20th Century Studios/Divulgação)


No entanto, nada sai como planejado. O planeta onde a caçada acontece é brutal e imprevisível, Dek se vê forçado a unir forças com Thia, uma androide que conhece os segredos daquele mundo e se torna essencial para sua sobrevivência. É nessa parceria improvável que o longa encontra sua alma: a relação entre força e empatia, brutalidade e compreensão. 

 

Como é de se esperar de uma produção Disney, não há espaço para o horror puro. A trajetória de Dek é mais psicológica do que física. Jovem e diferente de seus pares, ele representa uma nova geração de predadores, mais reflexiva e aberta ao novo, mesmo que ainda zele pelas tradições e costumes do seu povo. Essa “humanização” não suaviza a espécie Yautja, mas torna Dek um personagem com quem o público pode se conectar, desafiando a visão tradicional do Predador como um simples monstro. 

 

Essa abordagem pode não agradar aos fãs puristas, mas há méritos claros. O filme amplia o universo da franquia ao mostrar como os Yautja pensam, caçam e convivem, além de construir um planeta visualmente impressionante e repleto de perigos. A direção mantém o ritmo sempre em alta, entregando boas cenas de ação, com coreografias elaboradas e bem executadas além de efeitos práticos que dão muito mais realismo e textura ao cenário, algo que faz diferença, especialmente em tempos de CGI excessivo. 

(20th Century Studios/Divulgação)


Um dos destaques do filme é Elle Fanning, que interpreta Thia (e uma segunda personagem que não vou revelar por motivos de spoiler). Sua atuação é precisa e carismática, equilibrando o papel de guia para o protagonista e para o espectador. O arco de Thia reflete o de Dek, tornando sua conexão crível e relevante para o desenvolvimento da trama e dos personagens. 

 

O clímax retoma elementos da primeira cena, quando Dek é aconselhado por seu irmão durante o treinamento a usar o ambiente como arma, e entrega uma conclusão coerente e satisfatória, amarrando bem a evolução do personagem, misturando o aprendizado Yautja com o do planeta que está, sendo um exemplo de narrativa bem executada. 

(20th Century Studios/Divulgação)


No geral, Predador: Terras Selvagens é uma versão mais leve e acessível da franquia, que troca o horror visceral por aventura e emoção. Ainda que a essência brutal dos Yautja esteja mais contida, o filme diverte, apresenta um novo olhar sobre o universo da saga e mantém o interesse vivo em futuras continuações. 

 

Ah, e um aviso importante: a cena pós-créditos aparece logo após o fim do filme, e sugere caminhos promissores para o futuro da franquia. Se o longa fizer o sucesso esperado, há boas chances de vermos Dek novamente… e, honestamente, essa é uma caçada que vale continuar acompanhando. 

Nota

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