Crítica | Mulan
- Fagner Ferreira
- 23 de dez. de 2020
- 2 min de leitura
2020 | 2 h 31 min | Ação – Aventura – Fantasia

(Walt Disney Studios/Divulgação)
Originalmente marcado para estrear em março nos cinemas, “Mulan” chegou ao Brasil somente neste mês de dezembro através do inédito Disney+, rodeado de polêmicas e decisões que afetariam todo o enredo da animação no live-action.
A diretora Niki Caro foi categórica em implementar a sua versão para o filme, deixando-o mais fiel aos costumes do país natal, China, enaltecendo a cultura asiática e suas riquezas. Isso é maravilhosamente bem mostrado com os ângulos de câmeras que a diretora implementa dentro da belíssima fotografia do filme, rico em cores e com bastante diversidade, além de um figurino luxuoso, apresentado na maioria das cenas.
Se os pontos positivos do filme são a fotografia e o figurino, o mesmo não pode se dizer da trama, começando pelo fraco roteiro com enormes furos que deixam o entendimento da narrativa confuso por muitas vezes, cortes bruscos de cenas e personagens sem aprofundamento, como o da atriz Gong Li que interpreta uma antagonista bruxa jogada ao léu, um claro desespero em agradar o movimento feminista.

(Walt Disney Studios/Divulgação)
O problema do live-action de “Mulan” está justamente em dizer ser um remake com uma história totalmente modificada, com uma nova construção de personagem preguiçosamente explorada, não por Liu Yifei, mas sua Mulan vive em uma zona de conforto tão extrema que distância da essência da animação.
Liu Yifei é regular como Mulan, mas por culpa do roteiro. A atrapalhada história do “chi” desanda todo o enredo e limita a atriz em demonstrar a perspicácia da personagem, de uma garota comum e humilde sendo transformada em uma “Mulher Maravilha”. As participações de Tzi Ma e Jet Li, mesmo com pouco tempo de tela, trazem a importância para a personagem central da trama.
Com tantos problemas apresentados, “Mulan” é uma desonra para os mais fiéis amantes da animação, trazendo enormidade empatia, mostrando que algumas pautas podem atrapalhar o rendimento da trama, mesmo sabendo que a animação de 1998 já estava muito à frente do seu tempo.

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