Crítica | Longlegs - Vínculo Mortal
- Fagner Ferreira Seara

- 29 de ago. de 2024
- 3 min de leitura
2024 | 1 h 41 min | Terror – Suspense – Mistério – Policial
(Diamond Films /Divulgação)
No cinema atual, é muito comum criarmos um enredo com diversificadas referências de filmes. A lembrança ou até mesmo a estrutura que é usada pode deferir um pouco esse esquema. Não é algo que seja desinteressante, pelo contrário, se “apoiar” em uma coisa que deu certo é um amuleto que, para sempre, pode ser usado e reverenciar outras obras ao modo que não seja aquela cópia barata.
Longlegs - Vínculo Mortal usou o marketing divulgado o filme como terror, colocando expectativas enormes no público com seu material de divulgação. Fato é que essa jogada conseguiu seduzir e tornou a película em um dos filmes mais aguardados do gênero em 2024. Frustrante foi a decepção de alguns por terem sido levemente enganados, mas Longlegs, no original, pode não trazer o suficiente que foi prometido, mas é uma grata surpresa no quesito investigação criminal, com suas referências em Silêncio dos Inocentes e Se7en - Os Sete Crimes Capitais. Não é por acaso que o diretor Osgood Perkins ambientou o enredo nos anos 90, trazendo toda essa nostalgia investigativa que foi marcante nessa época.
Após encontrar um assassino em busca pela cidade, a agente do FBI Lee Harker (Maika Monroe) é designada para um caso não resolvido por anos de um serial killer chamado Longlegs (Nicolas Cage). A medida que a investigadora vai decifrando pistas sobre o caso, a agente descobre que uma conexão pessoal com o matador faz com que ela corra contra o tempo para evitar novos assassinatos.
É nessa jornada intrigante que Maika Monroe vai construindo sua personagem e a obsessão pelo trabalho. A personalidade robotizada, em certos momentos, mostra uma agente competente e compenetrada em seu serviço, tirando o fator sensitivo que a mesma tem sem qualquer explicação prévia para tal. Logo, os trejeitos moldados pela atriz como Harker demonstram o escopo da personagem e suas atitudes ao modo que vai se desenrolando a trama.

(Diamond Films /Divulgação)
Paralelo a isso, temos o excelente Nicolas Cage como o vilão Longlegs, caricato, infantil e grotesco fisicamente pelo poder da equipe de maquiagem de um ser humano totalmente lunático e satanista. Cage se aproveita disso e, com o seu jeito peculiar de ser, consegue criar um antagonista digno da trama, com poucas informações a seu respeito, mas que amedronta com o passar do filme sobre sua linha de julgamento e o “modus operante”.
Se o terror aqui é praticamente escasso, o thriller investigativo é contagiante. A ambientação, as escolhas de cenário, o clima frio e solitário do lugar ditam o ritmo da trama e, não somente isso, o diretor mostra, inteligentemente, momentos-chave que podem passar batidos se não estiver envolto na história. Seja uma casa grande com paredes de vidro que demonstram solidão ou até mesmo uma casa amontoada de “bugigangas” que também demonstram solidão, mas relatam momentos distintos ao estilo da narrativa que engrena com seus detalhes sórdidos sem muitas informações para o trabalho da mente.
Longlegs - Vínculo Mortal tem seu charme “noventista” e não nega as referências usadas na trama no campo investigativo, entretanto a estrutura e a forma como foi divulgado pode decepcionar que espera uma outra linha, um nível mais horripilante do que ele é, mesmo que tenha uma história macabra e um vilão caricato que seja, a jornada se entende como gênero policial abordando uma temática investigativa de uma série se assassinatos e a caçada para prender o elemento.





















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