Crítica | Kung Fu Panda 4
- Gustavo Pestana
- 20 de mar. de 2024
- 3 min de leitura
2024 | 1 h 34 min | Animação – Ação – Aventura
[ ATENÇÃO ESTA CRÍTICA CONTÉM SPOILERS ]

(Universal Pictures/DreamWorks/Divulgação)
Após oito anos do lançamento do terceiro longa da franquia, a DreamWorks tenta reviver uma de suas principais franquias, apostando na mesma fórmula dos filmes anteriores e em novos rostos, mas acaba caindo na armadilha que cerca praticamente toda tentativa de reviver franquias.
Aqui temos uma continuidade dos acontecimentos do longa anterior, inclusive o fato do Po ter de evoluir em quesito Kung Fu, dessa vez ele deve achar subir de cargo, e assumir o posto deixado por Oogway assim como ficou subentendido ao final de “Kung Fu Panda 3” além de achar um sucessor para ocupar o cargo de Dragão Guerreiro.
A falta de criatividade em relação à estrutura e plots do roteiro me decepcionaram um pouco, já que basicamente temos quatro longas iguais, além deste filme ter uma nítida queda de orçamento, fazendo com que o filme perca a grandiosidade que o revival da franquia merecia.

(Universal Pictures/DreamWorks/Divulgação)
Um dos principais fatores que corrobora esta afirmativa é a ausência dos cinco furiosos, apresentando uma justificativa ridícula para este fator, forçando Po a interagir com os novos personagens, que não chegam nem perto do carisma dos cinco furiosos, sem mencionar a importância que o roteiro dá para os novatos, deixando ainda mais agressivo a ignorada que ele deu com os personagens que conhecemos deste o primeiro filme.
Além do filme, forçar a troca do Dragão Guerreiro, visando nitidamente recomeçar a franquia para uma nova geração, ele realiza essa tarefa de forma atrapalhada e apressada, onde busca fazer um paralelo com a própria escolha de Po para o cargo, mas ignorando fatores importantes para essa decisão do mestre Oogway, fazendo com que aqui seja somente uma escolha qualquer, o que dificultou, para mim, aceitar essa mudança.
A Camaleoa prometia ser a oponente mais forte que já ousou enfrentar o Dragão Guerreiro, utilizando sua habilidade de se transformar em outros personagens além de roubando suas técnicas de Kung Fu tornando-a cada vez mais poderosa e habilidosa em quesito combate, sem falar nos poderes mágicos, já que ela é a mais poderosa feiticeira que existe, mas, na prática, não é bem isso que acontece.
Embora ela realmente seja poderosa, ela não se compara com os antagonistas anteriores da franquia, onde seu verdadeiro perigo é a habilidade de roubar o Kung Fu dos outros, mas quando ela alcança seu objetivo, deveria se tornar uma oponente extremamente poderosa, mas não é isso que acontece, sendo derrotada de maneira rápida e um tanto quanto anticlimática, sem contar na motivação que a levou a realizar todo esse plano, que se formos parar para analisar, não faz sentido nenhum.

(Universal Pictures/DreamWorks/Divulgação)
Como se a construção da personagem já não fosse complicada o suficiente, a dublagem da Tais Araujo não ajuda muito na criação de algum tipo de identificação com a vilã, a diferença técnica de sua dublagem com as dos demais personagens é muito grande, o que te tira um pouco da imersão do longa, já que conseguimos ver a atriz e não a Camaleoa, além de terem posto um efeito na voz para que tivesse um ar meio reptiliano que não me agradou em nada.
Sei que até o momento parece que o filme é uma completa perda de tempo, mas não é por aí que a banda toca, ele também tem suas qualidades, afinal, ainda estamos falando de “Kung Fu Panda”.
A dublagem de Lucio Mauro Filho como Po é novamente perfeita, entregando todas as variações de humor e carisma que o personagem precisa, outro ponto positivo é a excelente dupla Sr. Ping e Li, os pais de Po, que se mostram uma maravilhosa fonte de humor e alívio comigo, e não podemos deixar de fora as geniais sacadas de humor que o Metre Shifu continua apresentando, se mostrando mais uma vez um dos melhores personagens da franquia.

(Universal Pictures/DreamWorks/Divulgação)
Outro acerto do filme foi sair do Vale da Paz e ir para a cidade grande, expandindo o universo e criando novas possibilidades para o futuro explorar.
De maneira geral, o longa é repetitivo em comparação com os demais da franquia, e por isso não é surpreendente e empolgante o bastante, mas, por outro lado, este mesmo fator faz com que ele seja divertido e leve, sendo muito provável que agrade às crianças ao redor do mundo.
Mas o fato de ignorar os Cinco Furiosos e forçar um novo Dragão Guerreiro com uma personagem que chega do nada e ganha uma importância maior que a grande maioria dos personagens que estão desde o início da franquia me incomoda, e por isso acho este filme o mais fraco da franquia.

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