Crítica | Jurassic World: Recomeço
- Gustavo Pestana

- 3 de jul.
- 3 min de leitura
2025 | 2 h 14 min | Ação – Aventura – Ficção científica – Suspense
(Universal Pictures/Divulgação)
Jurassic World: Recomeço marca o início de uma nova fase na lendária franquia dos dinossauros, depois da trilogia original Jurassic Park e a sequência Jurassic World estrelada por Chris Pratt e Bryce Dallas Howard. Esse novo projeto tenta reviver o espírito dos filmes clássicos com novos personagens, criaturas inéditas e desafios renovados, mas execução, no entanto, tropeça em velhos hábitos e gatilhos mau executados.
Desta vez, os protagonistas são Scarlett Johansson (Zora Bennett), Mahershala Ali (Duncan Kincaid) e Jonathan Bailey (Dr. Henry Loomis). A ideia de reformular a narrativa com rostos consagrados é promissora, mas muitas das interações e situações parecem retiradas diretamente dos longas anteriores, criando uma sensação constante de repetição, fazendo o resultado soar reciclado.
Na trama, Scarlett Johansson e Mahershala Ali interpretam caçadores de recompensas contratados para invadir uma ilha repleta de dinossauros letais em busca de três itens. Para a missão, contam com o apoio do especialista em dinossauros vivido por Jonathan Bailey. A dinâmica do trio ecoa as fórmulas já desgastadas da franquia, sem trazer qualquer frescor ou inovação, algo que se esperaria de um “recomeço”.
(Universal Pictures/Divulgação)
O roteiro segue o caminho previsível: personagens eliminados um a um, situações de perigo resolvidas de maneira conveniente e mortes que não surpreendem. Algumas cenas tentam inserir humor em momentos de tensão, mas o resultado é desconcertante, o tom desalinhado transforma o absurdo em involuntário motivo de riso, mas nitidamente não era dessa maneira que eles queriam que esses momentos funcionassem.
Algumas escolhas narrativas denunciam possíveis refilmagens ou mudanças de rumo no meio da execução do projeto.
Um deles é a família formada por Manuel Garcia-Rulfo (Reuben Delgado), Luna Blaise (Teresa Delgado), Audrina Miranda (Isabella Delgado) e David Iacono (Xavier Dobbs), esse núcleo deveria representar o coração emocional da trama, mas não consegue ser totalmente efetiva. Essa trama funciona de forma quase totalmente isolada, suas cenas, desconectadas do restante do elenco, mostram que essa parte da história provavelmente foram adicionadas posteriormente, o que há meu ver enfraquecem o ritmo e a trama.
Outro elemento que me trouxe essa sensação é o destino de um personagem que claramente deveria ter sido eliminado em determinada cena, mas reaparece pouco depois como se nada tivesse acontecido, um indício de que provavelmente o final original foi alterado após testes com o público.
(Universal Pictures/Divulgação)
Ainda assim, nem tudo está perdido. Ver dinossauros em ação na tela grande continua sendo um espetáculo à parte, mesmo que o CGI caia vertiginosamente de qualidade quando chegamos na parte dos dinossauros voadores (claramente não vou lembrar o nome deles), tanto que após esse momento, o filme quase todo se passa a noite.
Jurassic World: Recomeço entrega momentos empolgantes e mantém viva (mesmo com ajuda de aparelhos) a essência do que tornou a franquia tão icônica. O problema está na falta de personagens cativantes e no enredo previsível, que falha em criar conexões emocionais com o público.
Para os fãs da franquia, o filme traz uma série de referências aos seis títulos anteriores: personagens mencionados, cenas que homenageiam momentos clássicos e ambientações que remetem à nostalgia jurássica. Isso pode tornar a experiência mais divertida para quem conhece bem o universo. Mas, para quem busca apenas uma boa aventura com dinossauros, a chance de sair do cinema indiferente é considerável.

















































Comentários